- 03 de abril de 2019

Negócios e Oportunidades
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Comunicação que não assusta

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Mudou a economia mundial. Mudaram as artes e a cultura em geral. A moda. Os hábitos e a forma de consumo das famílias.
Mas nada mudou tanto como a tecnologia, especialmente as tecnologias para a comunicação.

As redes sociais são os grandes exemplos destas novas ferramentas de comunicação que vêm conformando o mundo em uma sociedade mais aberta, onde a capacidade de comunicar e criar conteúdo relevante está nas mãos de qualquer pessoa que possua um celular com câmera fotográfica e acesso à internet.

Consequência destas mudanças, as relações sociais e interpessoais também se transformaram e novas formas de se relacionar emergiram e foram adotadas pela sociedade. Fácil e absolutamente intuitivo para eles, o mundo virtual é natural à geração Y (jovens nascidos depois de 1980) que já veio ao mundo neste ambiente informatizado e mundialmente conectado.

Para as gerações que precedem os jovens millennials (outra forma como são chamados os jovens com menos de 25 anos), o contato com a vida virtual é fruto de esforço e aprendizagem. São novos hábitos e novos modos de pensar que se aplicam ao mundo de hoje e que, em alguns momentos, se conflitam com a aprendizagem e o conhecimento acumulado de uma vida inteira.

Entretanto, conflitos inevitáveis e próprios do processo de mudança à parte, o que tem se visto nas gerações nascidas nas décadas de 1940, 1950, 1960 e 1970 é a busca pelo aperfeiçoamento e conhecimento necessário para sua integração e plena absorção da vida virtual. Seja com o objetivo de tornar-se mais próximo de seus filhos e netos ou de permanecer atuante e decisivo na vida econômica, os VIPPES compreendem a importância e o impacto das mudanças sociais vividas neste momento e sobre elas querem entender, opinar e atuar.

No Facebook, grande ícone das redes sociais virtuais, a participação de perfis de pessoas com mais de 45 anos já é superior a 40%, segundo dados do Google Ad Planner. A participação dos VIPPES em outras redes sociais também cresce e nota-se que, quanto mais específico e focado o seu conteúdo, mais interessante o site de relacionamento se torna às pessoas mais maduras. O LinkedIn, por exemplo, site de relacionamento focado na criação de redes virtuais profissionais, tem nas pessoas acima de 45 anos o seu grande público participante que, não somente cria e disponibiliza perfis profissionais, mas, gera conteúdo e o compartilha em sua rede.

O fenômeno das redes sociais pode ser encarado como parte da solução de um problema muito peculiar ao envelhecimento que é a redução significativa da interação social e gradativo isolamento. A Harvard University e o MIT (Massachussets Institute of Technology) já têm cogitado o desenvolvimento de projetos de pesquisa específicos que avaliem a melhoria da qualidade de vida e integração e relacionamento social das pessoas da terceira idade em função de sua participação nas redes sociais virtuais.

A partir desta ótica, inferimos que, nos dias atuais, inclusão social e inclusão digital são aspectos intrínsecos ao mesmo mecanismo que torna a cada um de nós um ser pertencente à sociedade contemporânea.

Por isso, podemos dizer que a comunicação que não assusta é aquela que é conhecida e compartilhada por toda a sociedade. Além disso, a inserção dos cidadãos mais maduros neste novo universo é fator que desencadeará não somente a melhoria geral de sua qualidade de vida, como também criará, para empresas e produtos, novas oportunidades de negócios voltados a uma fatia da população que cresce em termos de representatividade numérica e se torna cada dia mais exigente.

Luciana Correa