Este poderia ser o tamanho do mercado anual de sabonetes de 90 gramas para os VIPPES das classes A, B e C existentes em 2013. E com aumento de 1.500 toneladas por ano daqui para frente.
Os “especialistas” em mercado e estatísticas vão discordar destas previsões. Em 2012, o mercado de sabonetes em barra atingiu cerca de 18 mil toneladas, conforme dados de mercado. E isso se refere ao mercado total e não só dos VIPPES (50 anos em diante).
Então, como falar em mais de 38 mil toneladas apenas para os VIPPES, se os números reais indicam 18 mil para toda a população brasileira?
Vamos aos detalhes:
A quantidade de VIPPES no Brasil em 2013 é de 39 milhões de pessoas. Desse total se deduz 11 milhões de VIPPES das classes D e E e se solidifica um mercado potencial de 28 milhões de pessoas. Desse total podemos ainda diminuir 15% (4,2 milhões) que prefeririam sabonetes líquidos. Fica para o sabonete em barra, portanto, um público final de 23,8 milhões de VIPPES com potencial para consumo.
Se considerarmos que o sabonete dura em média 20 dias, o consumo anual “per capita” seria de 18 sabonetes por ano. Assim, fazendo a multiplicação de 23,8 milhões de VIPPES por 18 unidades anuais, chegaremos a 428,4 milhões de unidades anuais. Outrossim, se considerássemos a durabilidade de cada sabonete igual a um mês, teríamos 12 unidades anuais por VIPPES, o que daria 285,6 milhões de barras anuais.
Vamos operar, então, com essas duas possibilidades.
428,6 milhões anuais multiplicado por 90 gramas = mais de 38 mil toneladas anuais ou
285,6 milhões anuais multiplicado por 90 gramas = mais de 25 mil toneladas anuais
Qualquer um desses valores é maior do que as 18 mil toneladas atuais para toda a população.
Onde está o motivo dessa diferença? Será que os VIPPES das classes A, B e C não fazem higiene pessoal? O que será que usam para o banho e para lavar as mãos?
Naturalmente haveria necessidade de uma pesquisa qualificada para avaliar o que os VIPPES pensam e como agem em relação ao sabonete.
Mas algumas justificativas poderiam ser aventadas, como, por exemplo:
– na propaganda atual, só as “estrelas do cinema e TV” usam sabonete.
– na propaganda, só mulheres gostam de sabonete.
– na propaganda sabonete serve para embelezar. É anunciado como cosmético e não como produto essencial de higiene pessoal.
– na propaganda sabonete é indicado para peles macias e aveludadas.
– não se usam VIPPES em propaganda de sabonetes porque não há sabonetes direcionados para VIPPES.
Se forem criados sabonetes com características específicas para uso dos VIPPES e a propaganda inteligente “provar” que os benefícios são indiscutíveis, o mercado de sabonetes terá um “boom” espetacular nos próximos 37 anos. Só para efeito de estatística, aplicando a mesma proporção de consumo de hoje, no ano de 2050, o volume de sabonetes em barra atingiria 97 mil toneladas se os sabonetes durarem 20 dias ou mais de 64 mil toneladas se durarem 30 dias. No mesmo período, todas as demais classes somadas cairão de 80% para 53/54% de participação no total da população brasileira com o mercado das “estrelas” e o da “juventude de pele macia e suave” murchando cada vez mais.
Possivelmente a criação de uma linha de sabonetes para VIPPES, até por classe etária dos próprios VIPPES, potencializará o crescimento de linhas diversificadas em forma líquida que são mais rentáveis. Evidentemente, muitas empresas já sabem disso e já se preparam para completa mudança estratégica conforme adequados planejamentos de marketing.
Germano Hansen Jr
