A mais famosa exposição de móveis e decoração do Brasil é, com certeza, a Casa Cor que acontece todo ano em São Paulo e hoje também em muitas capitais e cidades brasileiras. Já aconteceu uma para VIPPES.
Em 2008, a Casa Cor de Fortaleza, Ceará, trouxe uma área denominada Projeto Casa Segura para Idosos. A ideia foi aplicada sob a supervisão do médico Professor Dr. Manuel Bomfim Braga Junior da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia do Ceará.
A ideia original foi apresentada também no Ceará em um Congresso da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) pela arquiteta Cybele Monteiro de Barros em 1999.
Tudo se origina na constatação da calamidade econômico-social dos acidentes residenciais que são responsáveis pelo maior número de traumatismos graves e de óbitos entre os idosos.
A conta dos gastos públicos nos serviços de ortopedia e traumatologia em razão das quedas e tombos é astronômica e a tendência é um crescimento quase insuportável em função do envelhecimento populacional.
Boa parte dos acidentes poderia ser evitada se os móveis seguissem determinados critérios que proporcionassem segurança de locomoção dos idosos.
Os acidentes podem sempre acontecer porque os idosos desenvolvem problemas degenerativos que os tornam menos capazes de realizar ações simples e corriqueiras necessárias no dia a dia. É o caso de perdas visuais parciais, diminuição do equilíbrio em função de labirintite ou tomada de determinados medicamentos, redução da locomoção por doenças ósseas, musculares ou da articulação, etc..
O mobiliário com um bom visual pode se tornar importante na prevenção das quedas ou na minimização das consequências de acidentes inevitáveis.
O Prof. Dr. Manuel Bonfim recomenda:
– abolição nos móveis da sala de estar da mesa de centro (é melhor que fique encostada na parede); eliminação da fiação descoberta (para evitar tropeços); eliminação dos tapetes ou redução da espessura dos mesmos (para evitar insegurança e perda de equilíbrio);
– abolição dos móveis com quinas. Promover peças com bordas arredondadas ou ausência de ângulos agudos;
– providenciar iluminação adequada nos quartos com interruptores de contato próximos da cama e ao alcance das mãos; evitar camas altas em que o idoso tenha que se dobrar para calçar sapatos ou chinelo (essa movimentação pode causar o desequilíbrio e a queda); se for inevitável, conviria adicionar um apoio para os pés para que houvesse a possibilidade de evitar dobrar o corpo.
O Ministério da Saúde aprovou integralmente a proposta apresentada na Casa Cor de Fortaleza Projeto Casa Segura e o interesse de sua aplicação no País é dependente de uma ação conjunta de toda a indústria mobiliária do País.
Germano Hansen Jr.
