- 07 de abril de 2019

Nas viagens aéreas

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Companhias aéreas devem cuidar da  saúde dos VIPPES a fim de oferecer uma viagem tranquila. O “Brasil Prevent”,  alertou que em 2012 morreram mais passageiros de infarto e AVC nas viagens aéreas, do que em desastres de avião.

nasviagensaereas “A IATA (www.iata.org.br) confirmou  486 mortes em 22 desastres aéreos no mundo em 2011, enquanto 490 pessoas faleceram por emergências cardiovasculares em viagens aéreas”, conta o diretor do Comitê de Emergências Cardiovasculares e Ressuscitação da Sociedade Brasileira de Cardiologia – SBC, Sergio Timerman.

A equipe do especialista aproveitou o evento, para demonstrações do TECA, o sistema brasileiro de ressuscitação cardiovascular. “Precisamos multiplicar o número de pessoas, profissionais de saúde e leigos com conhecimento das manobras a serem feitas em caso de emergência cardíaca”, explica o presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologis –SBC- (www.cardiol.br), Jadelson Andrade. Sua preocupação decorre de uma pesquisa do FAA – Federal Aviation Administration (www.faa.gov ), a qual comprovou que em 85% dos voos internacionais há pelo menos um médico a bordo, mas apenas 1% desses profissionais sabe fazer massagem cardíaca e se sentiria confortável usando um desfibrilador para atender a um infartado.

“Atualmente temos oito emergências médicas por dia em aviões no mundo e muitas resultam em morte”, diz Timerman. O problema é consequência do maior número de viagens, 350 milhões de passageiros anuais, da maior percentagem de idosos a bordo, da baixa pressão nos voos pressurizados, equivalente a 2.500 metros de altitude, da baixa umidade a bordo, de 10% e 20%, quando o ideal seria mais de 40%. “E ainda o estresse do voo, pois muita gente tem medo de avião e fica nervosa com a perspectiva de um voo”, completa o diretor da SBC.

As emergências mais comuns a bordo são infarto, derrame, embolia popular e a trombose venosa do viajante, coágulo que pode se formar em decorrência do longo tempo sem movimentação numa poltrona hoje com menos espaço que nos aviões do passado.

As recomendações do especialista são que, na existência de problema cardíaco, a empresa aérea seja avisada, pois medidas simples como pedir comida com pouco sal podem ajudar; é preciso tomar a medicação usual nos horários certos, ignorando a mudança de fuso horário durante o voo; dobrar a quantidade de água tomada (recomendação que no Brasil a TAM – www.tam.com.br – já faz aos passageiros), pois o voo desidrata; evitar bebidas gasosas, que dobram de volume e pressionam o pulmão; viajar com meias elásticas (meia contra varizes) e fazer exercícios isométricos, isto é, de tempos em tempos contrair os músculos das pernas e contar até 10 antes de relaxar.

“Mais importante, porém, é ter condicionamento físico, não ser uma pessoa sedentária”, explica Timerman, corroborando o que será apresentado pelo cardiologista Nabil Ghorayeb que, junto com o Ministério dos Esportes (www.esporte.gov.br), quer fazer com que o brasileiro se exercite mais. Pesquisa recente mostrou que apenas 8% dos brasileiros fazem exercício regularmente. “E o sedentarismo, juntamente com o tabaco, a obesidade, a hipertensão, diabetes e colesterol alto são responsáveis em última análise por imenso número de mortes evitáveis de brasileiros”, lembra o presidente da SBC, Jadelson Andrade.

Mona Cury

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