Transportes para longas distâncias são encarados com muita preocupação por VIPPES de todas as classes etárias. Até mesmo não VIPPES receiam viagens demoradas.
Eis aí um excepcional campo de novos negócios.
Por que os VIPPES se preocupam com longas distâncias?
Resposta: a natureza, sábia, deu ao ser humano o máximo de condições físicas para que pudesse agir durante parte da vida na busca do crescimento e desenvolvimento do corpo e da mente em particular.
Nesse processo, a alimentação, a mobilidade, a energia, a sexualidade, o metabolismo e a regeneração celular atingem o grau máximo de atividade. Após o auge das exigências orgânicas, o arrefecimento e o relax geral substituem o esforço despendido.
Nessa fase da maturidade, os desgastes da intensa atividade exercida se manifestam: diminuição da força muscular, menor resistência dos ossos, mais demora na recuperação de funções orgânicas eventualmente lesadas por esforço, diminuição da imunidade para diversas patologias e regeneração celular insuficiente.
Entretanto, o homem conseguiu manter a saúde através de melhorias substanciais na prevenção, nos diagnósticos antecipados, na utilização de terapêuticas mais corretas, no ajuste da nutrição e no controle de agentes externos agressivos. A esperança de vida aumentou vertiginosamente. E os velhos começaram a ser substituídos pelos VIPPES. Estes querem ser produtivos, desejam aproveitar as novas possibilidades físicas e enfim viver mais e melhor.
Como, porém, a estrutura orgânica não deve ser exigida tanto quanto foi na juventude, alguns cuidados precisam ser atendidos para que a vida alongada seja de qualidade e não apenas de validade cronológica.
Viagens longas são cansativas e desgastantes. Quem sofre (menos ou mais intensamente) de problemas digestivos, incontinência urinária, complicações vasculares, dificuldades na coluna ou nos músculos, hipertensão, insuficiência respiratória, cálculos renais ou biliares, hiperplasia benigna ou não da próstata e algumas lesões menores, enfrentará com reservas e preocupação as horas de transporte. Não importa se em terra, mar ou ar.
O problema das longas viagens envolve todos os meios.
Mas por que é um grande negócio? Afinal, veículos antigos ou modernos apresentam situações similares. Atualmente as viagens são mais rápidas, mas ainda assim, algumas continuam demoradas em razão das distâncias.
Acontece que antigamente as viagens apresentavam muitas escalas, pontos de parada quase forçada para alimentação, higienização pessoal, repouso e eventuais ocorrências, incluindo problemas de saúde. As mais longas apresentavam opções mais confortáveis como cabines para repouso, poltronas reclináveis, espaços para locomoção e recreação, etc.
Trens, ônibus, navios e até aviões apresentavam opções de conforto para viagens mais demoradas. E tudo isto em um período de grande expansão populacional com formidável participação de crianças e jovens no conjunto populacional.
A tabela que segue com fonte no IBGE – Projeção da População do Brasil por Sexo e Idade 1980/2050 –(revisão 2008) e 2000/2060 (revisão 2013) indicam:
Avião, trem ou navio com 100 passageiros: proporção de pessoas com menos de 55 anos e pessoas de 55 anos em diante:
No ano de 1980, um avião grande com 100 passageiros no Brasil, conduzia apenas 9 VIPPES de 55 anos em diante. Os demais 91 tinham menos de 55 anos.
Em 2020 (daqui há menos de seis anos), serão praticamente 20 passageiros de 55 anos em diante e em 2060, serão 41 passageiros entre os 100.
Esses passageiros VIPPES de 2020 (20% da lotação) não precisariam passar horas e horas com preocupação de saúde e com a lucratividade das empresas.
Toda a estrutura de transportes e viagens deve ser repensada para operar com VIPPES em contínua expansão. Automóveis, ônibus, trens, aviões, navios, balsas, garagens, pousadas, serviços acessórios terão que oferecer condições que atendam as características etárias dos passageiros que serão maioria antes do final deste século.
Naturalmente haverá planos diferenciados conforme as disponibilidades financeiras, mas sempre será possível melhorar as condições oferecidas aos passageiros de mais de 50 anos. Afinal, são eles que comporão o único grupo etário em expansão neste século.
Torquato Morelli