- 04 de abril de 2019

Instituições p/ idosos: visão atual

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O Portal VIPPES Negócios já demonstrou a falta de instituições de longa permanência adequadas para os VIPPES atuais e os da nova geração. Veja como são vistas realmente na atualidade pelos idosos.

instituioes para idosos  visao atualConforme temos informado, a excelente pesquisa do perfil dos VIPPES realizada pelo SESC/Fundação Perseu Abramo e cujos resultados estão publicados no livro “Idosos no Brasil –Vivências, Desafios e Expectativas na Terceira Idade” , Editora Fundação Perseu Abramo, também levantou dados sobre as ILPI – Instituições de Longa Permanência para Idosos.

O Portal VIPPES Negócios estimou que faltassem hoje no Brasil cerca de 16 mil estabelecimentos de longa permanência para idosos, principalmente, no âmbito estatal que conta com menos de 300 unidades de atendimento em todo o País. Não há como fazer milagres ou mágicas: milhares de vagas terão que ser criadas para abrigar parte dos milhões de novos VIPPES que logo estarão aí.

Seguem alguns dados levantados pela pesquisa SESC/Perseu Abramo. Essa questão foi apresentada para os idosos (que não residem em instituições) de 60 anos em diante e para não idosos de 16 até 59 anos. Para algumas questões tornou-se muito importante verificar a diferença de entendimento e percepção de idosos e não idosos.

a – Questão colocada: conhecimento de amigos e parentes que vivem em instituições de longa permanência.

 

conhecem

não conhecem

IDOSOS

15%

85%

NÃO IDOSOS

10%

90%

Aí reside uma informação que se torna fundamental para ajuste da imagem que as instituições de longa permanência têm junto ao público. Os não idosos que, normalmente, decidem a situação residencial de boa parte dos idosos, praticamente não conhecem amigos e parentes que vivem nas instituições, pressupondo, portanto, que aquilo que sabem é por via indireta.

Quase o mesmo acontece em relação aos idosos. Em cada vinte idosos, apenas três conhecem alguém que vive em asilos ou similares. Como a ideia mais difundida é aquela que pinta as instituições para idosos como inadequadas, os novos estabelecimentos, que deverão preencher as lacunas de mercado, deverão contar com um bom projeto de publicidade institucional para mudar a impressão dominante.

b – Questão colocada: visitas a instituições de longa permanência

 

já visitou

Nunca visitou

IDOSOS

46%

54%

NÃO IDOSOS

42%

58%

Essa questão reforça a anterior. A maioria, tanto de idosos como de não idosos, nunca visitou alguma instituição de idosos, portanto, não teve contato com a realidade.

c – Grau de admissão de morar em uma instituição de longa permanência

 

moraria

talvez

n.sabe/n.resp

não moraria

IDOSOS

39%

22%

6%

33%

NÃO IDOSOS

46%

24%

5%

25%

As respostas demonstram que a parcela contrária a morar em instituições de longa permanência (asilo/casas de repouso/residenciais) é bem menor que as normalmente divulgadas. Entre os não idosos, a restrição é ainda menor. Essa situação é favorável para a instalação de novos estabelecimentos, pois a restrição pode ser ainda mais reduzida com um bom plano de divulgação das características atualmente exigidas pela ANVISA ( Agência Nacional de Vigilância Sanitária ),  para o licenciamento operacional dessas unidades de serviços especializados.

d – Razões para ir morar em uma instituição de longa permanência (56%)

– Se não houvesse outra opção

19%

– Desinteresse de familiares em cuidar

16%

– Não ter que ficar dependente de ninguém

13%

– Para ter companhia

9%

– Os idosos são tratados adequadamente

8%

– O ambiente é bom

3%

                             Total com respostas múltiplas

56%

Como se observa, os idosos aceitam a possibilidade de viver em uma instituição sem restrições radicais. A preferência em ficar em casa é compreensível porque os respondentes não estavam em instituições.

e – Razões para não morar em uma instituição de longa permanência (38%)

– Razões de preferir ficar com a família

23%

– O tratamento nelas é inadequado

5%

– Para não se sentir só

3%

– Para não ter a sensação de perda da liberdade

3%

– Já ter onde morar

3%

– O ambiente é triste

2%

– Ter condições financeiras para não ir

1%

– Preferível morrer a ir para um lugar desses

1%

                             Total com respostas múltiplas

38%

Verifica-se que a principal razão para não ir é a preferência em estar com a família. Muito compreensível em razão dos entrevistados não estarem vivendo em instituições e, portanto, ainda mantendo laços familiares constantes. Como a demanda por instituições de longa permanência vai crescer geometricamente, alguns aspectos que ainda se mantêm de forma imprecisa ou negativa, poderão ser reduzidos ou eliminados.

Será imprescindível que haja uma fiscalização rigorosa nas já existentes para que corrijam as suas deficiência ou inadequações a fim de que não haja prejuízo à nova imagem das recentes instituições que serão maioria no novo mundo envelhecido, principalmente, no Brasil que não está ainda habituado com a veloz mudança do perfil demográfico.

Germano Hansen Jr.

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