Uma rodinha de VIPPES jogando bola um para o outro. Isso é lazer! Mas é apresentado o tempo todo na mídia como se fosse exemplo de lazer para VIPPES!
É incrível como falta iniciativa de novos profissionais em quebrar paradigmas e redescobrir o mundo real.
Continuam a copiar velhos modelos e repaginá-los como se fossem apenas versões melhoradas.
A hora é de ir atrás do que efetivamente acontece ou tem que acontecer na nova sociedade que está se formando com a substituição etária.
O que é “lazer” para os novos VIPPES?
A resposta tem que ser buscada junto aos novos VIPPES e não nos centros já existentes que nada fazem a não ser manter os padrões de trabalho que já eram estabelecidos no século passado. Atualmente já não são condizentes com a nova realidade da geração mais recente dos VIPPES.
Naturalmente os coordenadores e monitores que hoje prestam serviços nesses centros elogiáveis pelo lado assistencial, não concordam com a presente análise. Estão tão habituados com isso que não conseguem enxergar além dos muros.
Pior ainda é que esse “lazer” ultrapassado ainda é objeto de estudos e levantamento de resultados como se não existisse nada melhor para favorecer a atividade física.
O que realmente ocorre é a ausência de informação completa e adequada.
Imaginar meia dúzia ou uma dúzia de “velhinhos” em uma quadra de esportes tentando jogar uma bola uns para os outros é tão deprimente como a cena observada.
Esse tipo de exemplo do que se faz para o “pessoal da terceira idade” é uma completa ausência de mentalidade evolutiva. O curioso é que os “velhinhos” abrem sorrisos admiráveis como se realmente estivessem no Paraíso. Com certeza se sentem felizes porque se não tivessem aquela atividade de uma hora duas ou três vezes por semana, nada mais teriam para se sentirem ainda vivos.
O que falta é o entendimento da sociedade para a complexidade da substituição etária na época atual. Milhões de VIPPES não aceitarão jogar bolas uns para os outros duas a três vezes por semana e a economia nacional não vai aguentar pagar por esse “joguinho”.
Hoje, ano de 2014, o Brasil já tem mais de quarenta e três milhões de VIPPES.
Estes aumentam a cada dia na proporção de mais de quatro mil indivíduos.
O tal joguinho de bola que é sempre mostrado nos programas de informação geralmente mostra uma dezena de “praticantes” de sessenta anos em diante. Sempre há uma monitora e uma fisioterapeuta, no mínimo.
Se apenas metade dos VIPPES (50%) participasse desse joguinho de bola, o quadro abaixo mostra a necessidade de profissionais necessários para o atendimento:
Fonte: IBGE – Projeção da População Brasileira por Sexo e Idade – Revisão 2013
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HOMEM + MULHERES |
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ano idade |
2000 |
2014 |
2018 |
2022 |
2030 |
2043 |
2060 |
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| Grupo
Etário (em milhares) |
60 a 79 anos |
12.463 |
19.820 |
23.245 |
27.213 |
35.007 |
46.442 |
54.439 |
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| Grupo
Etário (em milhares) |
80 a 89 anos |
1.488 |
2.665 |
3.130 |
3.653 |
5.272 |
9.524 |
14.089 |
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| Quant. quadras
(16 grupos de 10) (unid = 1) |
50% |
43.597 |
70.266 |
82.422 |
96.456 |
125.872 |
174.894 |
214.150 |
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| Quant.
Monitores(16×10) (unid = 1) |
50% |
43.597 |
70.266 |
82.422 |
96.456 |
125.972 |
174.894 |
214.150 |
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| Quant.
Fisioterapeutas (16 grupos de 10) (unid = 1) |
50% |
43.597 |
70.266 |
82.422 |
96.456
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125.872 |
174.894 |
214.150
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A maioria desses milhões de VIPPES não vai querer ficar jogando bola um para o outro durante uma hora, três vezes por semana. Por outro lado, os milhares de Monitores e Fisioterapeutas não desejarão ter suas carreiras profissionais limitadas ao acompanhamento de joguinho de bolas entre VIPPES ativos de uma geração tecnológica.
Tudo precisa ser repensado urgentemente porque os números acima são o resultado de uma expansão de 120.000 VIPPES a mais em cada mês.
A administração pública e as empresas privadas podem fazer levantamentos sobre o que realmente os VIPPES vão querer como lazer na parte física e aí sim preparar projetos adequados com profissionais competentes e treinados.
Wolfgang K. L.
