- 04 de abril de 2019

Envelhecimento Cutâneo – Ah, as mudanças…

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Com o aumento da longevidade da população, todos querem chegar a ser VIPPES com saúde e com a pele tinindo. Não importa a raça, o país, a cultura ou religião: homens e mulheres querem prevenir, tratar e disfarçar os “avisos” que a pele envia.

                                                                                   *Dra Rita Ap. Alvarenga Fernandes Lourencini

Para isso é preciso que entendamos como esse processo de envelhecimento ocorre, por que ocorre e como driblá-lo sem prejudicar a saúde de maneira geral. Vamos entender o assunto: o envelhecimento cutâneo também conhecido como senescência cutânea,  fotoenvelhecimento ou fotodano.  É  um processo dinâmico e complexo que envolve dois tipos de envelhecimento:  envelhecimento genético chamado de intrínseco e o envelhecimento causado por fatores ambientais como excesso de vento, alterações da umidade relativa do ar em ambientes com ar-condicionado, calor, poluentes e a irradiação solar (fator ultravioleta).  Neste último caso, é o chamado de extrínseco .

Vale lembrar que, dentre todos os fatores externos,  a radiação ultravioleta é a principal.   E por quê? Bem, o fotoenvelhecimento,  é considerado a somatória do dano crônico produzido pelo sol associado ao envelhecimento cutâneo natural da pele. Resultado: pele + sol =  pele envelhecida.envelhecimentocutaneoEste tipo de envelhecimento cutâneo (o intrínseco),  se inicia por volta dos 30 anos,  é mais comum  entre as mulheres e se acentua após a menopausa .  Além disso, o fator determinante para o envelhecimento extrínseco é o fototipo,  ou seja, a cor da pele. Assim, pessoas de pele clara, cabelos claros e olhos claros são as mais sujeitas.  As rugas,  portanto,  além de geneticamente determinadas, têm um aumento proporcional dependendo da cor da  pele , do tempo e da intensidade de exposição ao sol ao longo da vida .

Mas os fatores determinantes do envelhecimento da pele não param por aí. Além do sol, o cigarro é outro acelerador do processo de envelhecimento da pele. É sabido que as pessoas que consomem mais de 50 maços de cigarro ao ano têm 4,7 vezes mais rugas que  as  não fumantes.  Clinicamente, o envelhecimento cutâneo, se manifesta na pele fina, inelástica, pálida,  e sem  firmeza. É enrugada e tende a formar dobras. Também ocorre  perda da gordura cutânea que acaba causando a  perda do contorno facial e do preenchimento do dorso da mãos.  Lembrando que as glândulas  sebáceas estão diminuídas o que causa ressecamento, prurido  e  algumas dermatites . Como há perda da gordura,  há maior chance de hipotermia, isto é, queda  da temperatura corporal.

A função imunológica da pele está comprometida.

Assim,  após os  50 anos há um aumento da suscetibilidade às infecções , às eczemas , bolhas , úlceras , psoríase e herpes zoster . O elemento fundamental da pele do idoso é a diminuição do manto lipídico e o menor conteúdo de água, o que determina a secura.

Os anexos da pele (cabelos e unhas),  também se modificam com o passar dos anos. Os pelos diminuem em número e volume por todo o corpo, inclusive no couro cabeludo. No entanto, os pelos das sobrancelhas, nariz e orelhas externas ficam mais grossos e em algumas mulheres há o aparecimento de pelos na face. E, infelizmente e/ou felizmente lá pelos 50 anos o cabelo começa a ficar  branco e, progressivamente.  As unhas diminuem a velocidade de crescimento a partir da terceira década de vida. Podem ficar frágeis, com estriaçoes, perda de brilho e com alterações na forma.

Geralmente, nas áreas expostas ao sol (face, pescoço, colo, braços e mãos) acontece a piora das sardas e aparecimento progressivo de manchas.  As rugas decorrentes da exposição solar são rugas finas, porém, as rugas de expressão ficam mais acentuadas. Isso é mais evidente nos fumantes.

Nos casos mais acentuados aparecem vermelhidão no pescoço e no colo, além de hematomas devido a pequenas batidinhas nos braços, lesões ásperas pré-malignas e até tumores cutâneos.

*Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Especializada em Clínica Médica e, posteriormente, em Dermatologia,  pela Irmandade de Misericórdia da Santa Casa de São Paulo – Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Formada em Medicina pela FAMERP – Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto.

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