- 07 de abril de 2019

Entendedor de VIPPES

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Que diabo de profissão é essa? Será um sociólogo seletivo? Um psicoterapeuta especializado? Um “personal amigo”? Um demógrafo curandeiro? Um cientista da longevidade?

entendedor de vippesPoderíamos continuar no questionamento até o cansaço final. Qual a resposta melhor?

Antes de responder é melhor acabar com as perguntas e mergulhar nas avaliações concretas.

Um “entendedor” de VIPPES é o profissional que tem a competência de identificar os VIPPES na plenitude de suas características. No campo da saúde é razoável dizer que o Geriatra exerce a especialidade médica que mais entende de VIPPES. Nem todos os médicos que acompanham VIPPES ostentam o título de geriatras, mas conhecem boa parte dos seus clientes desde o começo da carreira. A anamnesia não está na ficha médica cadastral manuscrita, datilografada ou digitada, mas na experiência pessoal na relação médico-paciente.

O ideal seria um geriatra que fosse também o psicoterapeuta, o dentista, o fisioterapeuta, o enfermeiro, o entregador de pizza, o caixa do Banco, o barbeiro, o cabeleireiro, o nutricionista, o professor de dança, e assim por diante.   O dentista tem que entender os VIPPES antes de dominar a ciência e arte da odontologia. A terceira dentição dos VIPPES é o implante ou a dentadura (perereca para alguns). O implante é um recurso melhor, mas há barreiras para a sua aplicação extensiva: osteoporose, problemas de rejeição, conformação da arcada e outros aspectos técnicos complexos.

Mas também o fator econômico-social é impeditivo para cerca de quarenta por cento da população. Aliás, para essa faixa até a perereca se torna inviável. Estamos exemplificando o dentista porque a alimentação é vital para o ser humano e esta é um dos sérios problemas que estão chegando com a substituição etária.

Todos os demais profissionais se tornam, de certa forma, dependentes da ação do dentista para que seus clientes VIPPES consigam, antes de tudo e de qualquer coisa, poderem se alimentar.

Naturalmente o problema econômico não existe ou é menor para os VIPPES das classes A, B e C, mas não se pode construir ou manter uma Nação com milhões de pessoas mal alimentadas por deficiência funcional. Estamos falando hoje em mais de dezesseis milhões de VIPPES de 50 anos em diante (soma das classes D e E). E só nessas classes serão mais de quarenta milhões por volta de 2060.

Entendedores de VIPPES são profissionais imprescindíveis na nova sociedade da substituição etária e geriatras e dentistas estão na linha de frente para que os VIPPES se mantenham vivos, alimentados e produtivos. Profissionais especializados não se formam do dia para a noite.

E também a logística para atender às suas determinações não surge como cogumelos. É preciso investir muito na formação e preparação dos “entendedores” de VIPPES. É a base para sair de qualquer crise. A da substituição etária é a maior oportunidade de negócios do século XXI. Não é preciso acreditar, basta aceitar.

Torquato Morelli

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