- 04 de abril de 2019

VIPPES x IDOSOS

0

VIPPES são indivíduos de 50 anos em diante que não se sentem Idosos no conceito aceito até os últimos anos. VIPPES fazem parte da nova geração de indivíduos que tiram vantagem da longevidade.

100milvippesemcursosO Brasil no ano de 1980 apresentava uma população total de 118.562.549 habitantes (IBGE projeção da população brasileira por sexo e idade -1980/2050 – revisão 2008).

De 55 anos em diante se contavam 10.330.774 habitantes representando 8,7% do total e, portanto,  91,3% tinham menos de 55 anos.

Nessa época foram criadas algumas organizações que tinham como objetivo promover melhores condições de vida para a minoria absoluta.

O SESC – Serviço Social do Comércio – foi uma das primeiras entidades de prestígio que criou uma linha especial de atendimento àqueles com mais idade em 1963, portanto,  há cinquenta anos. Classes especiais proporcionavam maior atenção aoslongevos que já não era mais cotado e aceito no mercado de trabalho. Idoso era sinônimo de aposentado, de afastado da produtividade e centrado na busca de lazer (os saudáveis) e de consolo.

No Brasil de 2060 a população total será de 218.173.888 habitantes (IBGE projeção da população brasileira por sexo e idade – 2000/2060 – revisão 2013). Um aumento de 84,1% sobre 1980.

Já as pessoas de 55 anos em diante formarão um contingente de 88.122.706 habitantes, ou seja, 40,4% do total. Quer dizer, as pessoas de menos de 55 anos que eram 91,3% do total serão menos de 60%. Se juntarmos o pessoal de 50 a 54 anos (15.262.640 pessoas) teremos 103.385.346 habitantes. Isto significará quase 50% do total o que, visualmente, vai mostrar um brasileiro de 50 anos em diante para cada brasileiro com menos de 50.

Essa é a nova situação demográfica que acaba com os idosos e fortalece a dos VIPPES porque não há como considerar uma sociedade com o novo perfil demográfico coalhada de idosos cristalizados no conceito do século passado. A nova sociedade terá os VIPPES partilhando a vida econômica e dinâmica da Nação em todos os aspectos. Serão imprescindíveis, ao contrário dos idosos encostados de antes.

E como estamos em 2013?

Mais perto de 1980 (33 anos atrás) ou mais perto de 2060 (47 anos adiante)? Hoje a população é de 201.032.714 habitantes (mesma projeção do IBGE acima).

Os novos VIPPES atuais de 50 anos em diante são 42.712.000 ou 21,2% com 120 mil a mais a cada mês (crescem muito mais que o total da população). O aumento é muito veloz e proporcionalmente estamos mais próximos de 2060 do que de 1980. A estrutura logística do País está significativamente aquém da mudança etária: cidades, imóveis, transportes, saúde, produtos e serviços não atendem às necessidades dos VIPPES atuais.

Observam-se pontos de estrangulamento generalizados.

A chamada ufanista para o aproveitamento da “janela” ou “bônus” etário (período em que a população ativa é bem maior que a população inativa) mostra uma visão ilusória da realidade social. Parte da população etária potencialmente ativa não está trabalhando e a população inativa não está atendida adequadamente. A idade mínima para a aposentadoria é muito baixa em relação ao envelhecimento populacional acelerado. Os benefícios sociais (bolsas) já se tornam volumosos e crescem muito acima das contribuições trabalhistas.

A longevidade é uma conquista que precisa ser sustentada com projetos estratégicos que permitam que a sociedade a considere como um benefício e não um “cavalo de Tróia” da evolução.

Germano Hansen Jr.

Compartilhe.

Leave A Reply