- 07 de abril de 2019

Mas quem é velho?

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Foto: ReproduçãoUma das consequências do uso da idade para a definição de idoso é o poder prescritivo contido nessa definição, ou seja, a sociedade cria expectativas em relação aos papéis sociais daqueles com status de idoso e exerce diversas formas de coerção para que este papeis se cumpram, independente de características particulares do indivíduos.

Alguns elementos, como uma cultura da saúde apoiada por desenvolvimentos tecnológicos na medicina preventiva e curativa e nos hábitos de vida da população, além dos mecanismos de assistência do Estado de bem-estar e modificação nos processos de produção que permitem a incorporação de determinados tipos de trabalhador, criaram as condições de surgimento e expansão de uma terceira idade que não tem uma saúde debilitada nem sofre um processo de pauperização característicos da idade.
Esse fenômeno, com a inclusão de indivíduos considerados idosos em diversas esferas da vida social, provocou verdadeira revolução no curso de vida das pessoas redefinindo relações de gênero, arranjos e responsabilidades familiares e alterando o perfil das políticas públicas.

Esta nova realidade tem afetado a sociedade de uma maneira jamais vista antes. Sem dúvida, um dos maiores feitos da humanidade foi a ampliação do tempo de vida, que se fez acompanhar de uma melhora substancial dos parâmetros de saúde das populações, ainda que estas conquistas estejam longe de se distribuir de forma equitativa nos diferentes países e contextos sócio-econômicos. O que era antes o privilégio de poucos, chegar a ser um VIPPES, hoje passa a ser a norma mesmo nos países mais pobres.
Esta conquista maior do século XX se transforma, no entanto, em um grande desafio para o século que, praticamente, se inicia. A questão do idoso é uma demanda que se coloca cada vez mais claramente para a sociedade brasileira, e isto implica um conjunto de novos desafios para o País como: incorporar os longevos em nossa sociedade, mudar conceitos já enraizados e utilizar novas tecnologias, com inovação e sabedoria, a fim de alcançar de forma justa e democrática a equidade na distribuição dos serviços e facilidades para o grupo populacional que mais cresce em nosso País.

O VIPPES, especialmente a partir da década de 80, tornou-se um ator político cada vez mais claro na sociedade brasileira, ocupando espaço na mídia e ganhando a atenção da indústria do consumo do lazer e do turismo.

Mona C Cury

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