- 04 de abril de 2019

Mercado explosivo

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Até poucos anos atrás, já neste século, era comum se falar em “crescimento vegetativo” do mercado, quase de qualquer mercado especificamente. Isso está acabando porque a população reduziu o ritmo de crescimento.

mercado_explosivoO chamado crescimento vegetativo era um “bônus” que todas as empresas industriais e comerciais tinham porque a população aumentava sem nenhum tostão gasto para tal por parte de qualquer organização.

Brinquedos vendiam mais a cada ano porque mais crianças nasciam. O mesmo acontecia com adolescentes e com a classe entre 25 e 50 anos. Sempre aumentavam mais em números absolutos.

Assim, um bom planejamento comercial estabelecia dois aspectos de crescimento nas vendas:

1 – provocado pelas ações empresariais para influir no mercado;
2 – consequência do aumento da população.

Muitas vezes o maior crescimento das vendas era exclusivamente em função do aumento da população (crescimento vegetativo); em outros casos, igual ou pouco superior.
Agora está murchando o “bônus”. Cada ano mais e mais.

Nenhuma empresa e nem o mundo civilizado quer saber de reduzir o volume de negócios e o Brasil é um dos países emergentes que não pode diminuir a marcha. Mas as projeções da população brasileira são claras, precisas: o aumento populacional já se torna irrisório e em 2039 inverte a tendência ficando negativo.

Com redução formidável no mercado de crianças (já se reduz em cerca de pouco menos de um milhão a cada ano) e de estabilização na de jovens (redução no começo da próxima década) onde as empresas terão que encontrar maior número de consumidores e usuários?

No mercado dos VIPPES (pessoas de 50 anos em diante) sem nenhuma gota de dúvida!

Esse é o único mercado que vai aumentar vigorosamente.

Se antes a longevidade era encarada como perspectiva pouco estimulante, repleta de doenças, inatividade, imobilidade, insuficiências e antevéspera da morte, agora a longevidade deverá ser vista como o Eldorado mercadológico.

A esperança de vida aumenta em proporção estimulante. Só nos últimos dez anos passou de 71,3 para 74 anos sendo de 67,6 para 70,3 para os homens e de 75,2 para 77,8 para as mulheres.

Em 1980, os números eram assustadores: 59,6 para os homens e 66,0 para as mulheres.

A longevidade em1980 era um empecilho para as famílias, para as empresas, para o Estado e para a sociedade em geral.

Empregados com mais de quarenta anos de idade que perdiam o emprego dificilmente voltavam a ser aceitos no mercado de trabalho. A aposentadoria era entendida como um prêmio para os poucos anos que restassem de vida. Os asilos eram pontos terminais indesejados por todos e passar dos sessenta anos era coragem para enfrentar as mais escabrosas doenças. A imagem da longevidade era a cadeira de balanço ou a bengala de apoio. Longevidade era sinônimo de velhice e velhice de caduquice.

Agora, a longevidade é a salvação da Economia. Não dá para pensar no País sem a massa de mais de 90 milhões de VIPPES (50 anos em diante) comendo, vestindo, calçando, viajando, estudando, comprando tudo que se pode imaginar e querendo qualidade de vida para fazer tudo isso.

Esse é o que se pode chamar de verdadeiro “mercado explosivo” o grande e único mercado que vai crescer no Brasil neste século. Para fazer a delícia dos empreendedores com visão estratégica.

Germano Hansen Jr.

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