A decisão de não viver, portanto, de morrer, proporciona uma lição exponencial para os homens. No conceito de que a vida é o mais precioso dos bens, escolher a morte pode dar a impressão de desprezo e alienação. Mas a realidade não é assim!
A vida será importante e bela enquanto o homem puder fazer da vida a beleza e a importância que a caracteriza.
Quando a vida se resume apenas a uma cama e equipamentos tecnológicos que substituem as funções naturais, há que se questionar a validade da vida e da morte.
Existe uma corrente que defende a manutenção da vida em quaisquer condições por piores e menos lógicas que sejam. Considera que a vida é tão importante e preciosa que não pode desaparecer sem uma luta até a exaustão final. Essa seria a grande lição de vida propiciada pelo ser humano estóico e corajoso.
Para aqueles que pensam dessa maneira, não importa o sofrimento de quem faz a luta; o que vale é o exemplo. A questão lógica, porém, é observar que o lutador não tem a consciência da luta e se tivesse¸ talvez não a desejasse.
Assim, cresce um movimento daqueles que acreditam que a melhor lição que se pode tirar da vida em risco é a consciência do que realmente se entende por vida. Lutar por esta é envidar toda a capacidade de trabalho, inteligência, habilidade e disposição para a liberdade de aspirar o ar puro, de ver e sentir o nascer e o por do sol, de aprender com a sinceridade das crianças, crescer com a experiência dos VIPPES, aproveitar das benesses da natureza e desfrutar do amor e da paz que a bondade e o respeito podem construir. Tudo isso é vida pela qual vale a pena lutar.
Manter a vida artificialmente para enriquecer hospitais, indústrias da doença, comerciantes da saúde e para destruir famílias, economias, sentimentos e esperança, não se consegue entender como lição positiva de vida, mas sim como lição de morte lenta, dramática, dolorosa e desgastante. Nesses casos, quando a morte ocorre, a lição que fica é de alívio. É como bater palmas para a morte!
Os VIPPES não querem a vida que transforma a morte em uma esperança de felicidade. Os VIPPES precisam que a morte seja uma opção, opção para quando a vida é pior que a morte.
G. Hansen Jr.
