Debates sempre foram um meio para aperfeiçoar comportamentos e pensamentos. O envelhecimento sugere milhares de aspectos que precisam ser discutidos com profundidade e liberdade.
A mudança na sociedade em razão do fenômeno do envelhecimento populacional terá graus variados. Se o desenvolvimento cultural for elevado, as alterações serão profundas porque o sistema social apresentará uma flexibilidade abrangente em todos os aspectos. Caso contrário, o caos poderá se tornar o resultado indesejado.
Um País que, independentemente da idade, considera as pessoas em razão dos seus valores éticos, culturais, morais e de caráter, criará condições favoráveis para a convivência produtiva e agradável entre gerações diversas. É a prática da intergeracionalidade como alavanca da evolução.
Em países onde a longevidade é considerada como deficiência e entrave para o desenvolvimento, o processo de envelhecimento provocará o surgimento de medidas e providências emergenciais socialmente condenáveis. Nesses casos, a sociedade entrará em caótico retrocesso sem perspectivas de correção em curto e médio prazo.
O Brasil, que ainda apresenta um deficiente nível cultural de sua população, precisa de um trabalho intenso para que o envelhecimento não se torne uma “experiência” amarga e difícil de remediar.
Como conseguir um resultado no mínimo satisfatório?
O mais importante é a conscientização da sociedade sobre o processo da transição etária em andamento: onde estamos e para onde vamos. Acostumado a idolatrar a infância e a juventude como expoentes da saúde e da riqueza do País, o brasileiro em geral não valoriza as pessoas de mais idade e, ao contrário, as brinda com o desprezo e negligência.
Diferentemente de algumas nações onde os idosos possuem “direitos” aceitos como naturais, no Brasil foi e é preciso o uso da lei para a concessão dos “direitos”. E mesmo com legislação específica, o respeito é sonegado e limitado. Se esse comportamento não mudar muito rapidamente, não haverá como “receber” os milhões de novos VIPPES que vão inchando as estatísticas demográficas.
Cabe a toda a sociedade a responsabilidade. Evidentemente que os agentes ativos podem fazer mais e melhor. O Governo, a Universidade, a Iniciativa Privada, as organizações civis e todos aqueles preocupados e interessados em garantir um futuro melhor precisam participar do esforço em esclarecer.
Cursos, palestras, entrevistas, notícias, pesquisas, divulgação em todos os meios, inclusão como matéria obrigatória em currículos educacionais em todos os graus são ferramentas ou instrumentos que podem evitar o aprofundamento dos desajustes sociais.
O Portal VIPPES Negócios reconhece que o envelhecimento populacional é o maior e melhor negócio do século XXI. Conclusão imprescindível para o suporte racional da tese. Porém, só vai dar certo se todos trabalharem para isso.
Wolfgang K. L.
