- 07 de abril de 2019

Medicamentos Sem Toxicidade (III)

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Alguns medicamentos de largo consumo foram retirados de mercado para surpresa da classe médica. Muitos pacientes e parte dos médicos reclamaram, pois preferiam continuar a fazer uso deles, apesar dos efeitos negativos. É possível?

medicamentos_sem_toxicidade_iiiSim, a reação é possível porque em muitos casos, efetivamente, o produto que foi retirado do mercado apresentava um resultado melhor na doença indicada que os produtos até então disponíveis no receituário médico. As retiradas sempre foram e são devidas aos efeitos negativos e não à ausência dos efeitos desejados divulgados.

O que acontece é que medicamentos descobertos ou criados em laboratórios passam por um método de pesquisas e avaliações que mesmo que extensos, não conseguem atingir a maior parte das condições práticas que envolvem todos os seres humanos.

Os primeiros testes são realizados em laboratório (in vitro) e se a substância for aprovada (estabilidade, condição de repetição, ausência de transformações não programadas, durabilidade, etc.),  ele segue para a etapa de pesquisa em animais.

Esses testes são limitados a determinados animais e a determinadas quantidades de espécimes sob rígidas normas técnicas.

Se a substância indicar resultados adequados e conforme o esperado nas patologias objetivadas com mínima ou nenhuma ocorrência de toxicidade ou intolerabilidade, então a substância, já quase um produto, será avaliada para ensaios clínicos em seres humanos.

Essa fase da pesquisa é complexa. Há necessidade da escolha de pessoas que apresentem a patologia (doença) para a qual o produto (droga, substância) possa ser potencialmente eficaz de acordo com os testes até então realizados.

Aí reside um dos grandes pontos de interrogação: quais as pessoas que deverão ser escolhidas?

Uma corrente considera fundamental que os voluntários tenham exclusivamente a doença objetivada, outros acham que os selecionados deveriam ter a doença objetivada além de outros problemas concomitantes. Em nenhuma das circunstâncias serão encontradas pessoas que apresentem todas as condições que ocorrerão na clínica médica diária, em milhares de consultórios no mundo todo quando o produto estiver sendo comercializado.

Assim, um certo paciente que apresenta a doença objetivada, pode ter extirpado um câncer de tireoide no passado e após tomar o novo produto, sofreu reações inesperadas que, posteriormente, foram relacionadas ao antigo tratamento efetivado para a remissão do câncer tireoidiano.

Nenhuma pesquisa iria apontar essa possibilidade porque ninguém pensaria nesse tipo de situação bem como em milhares ou centenas de milhares de outras circunstâncias. Não haveria tempo, nem pacientes e nem capital suficiente para realização das pesquisas. Só o uso em larga escala é que vai tornar possível a identificação de reações contrárias em determinados casos. É a importância relativa desses casos que poderá provocar a suspensão ou cancelamento definitivo de um determinado produto que parecia tão bom e tão ausente de efeitos adversos.

Agora, quando um produto apresenta ausência de efeitos indesejados em razão do uso continuado através dos anos, é bem provável que não surgirão casos surpreendentes a não ser que as próprias condições do ambiente se modifiquem por ação do próprio Homem.

Também pela extensão do uso no tempo é que certas substâncias (medicamentos) oriundas de plantas (fitoterápicos), apresentem menores possibilidades de efeitos tóxicos ou indesejados. Na verdade, algumas são utilizadas há séculos e nunca foram percebidas reações desagradáveis. Assim, em princípio, os medicamentos anti-homotóxicos se baseiam, sobretudo nessa classe de substâncias, os fitoterápicos.

Germano Hansen Jr.

 

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