- 07 de abril de 2019

Eleições decisivas

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O País apresenta problemas graves em muitas áreas de atividade. É difícil definir prioridades. O presente exige medidas rápidas. Mas o que fazer com o futuro?

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Há perfeita sincronia entre os três níveis na correta aplicação das verbas originadas pelos vários impostos e taxas?

A resposta é óbvia: ausência de sintonia entre os vários poderes executivos e legislativos. Mesmo as grandes cidades brasileiras não apresentam planejamentos consolidados com os demais governos. A diversidade do País justifica diferença de problemas entre regiões, estados e cidades. Seja em razão da formação geopolítica, seja em razão das características sociais originadas pelo povoamento, socialmente há um desnível significativo em determinados aspectos.

O Sudeste demonstra nível de desenvolvimento competitivo com regiões desenvolvidas do planeta enquanto o Norte e o Nordeste tentam reduzir a desvantagem. Agora com o envelhecimento populacional que toma conta do País inteiro, as disparidades poderão se acentuar. É preciso um consenso nacional político, para que as políticas públicas de municípios, estados e governo federal sejam consolidadas em um esforço comum.

Em outubro haverá eleições para cargos majoritários (presidente, governadores, senadores (parte), deputados federais e deputados estaduais). Tudo indica que os cargos serão divididos em candidatos de vários partidos. Essa “diversidade” não é favorável para enfrentar a transição etária. No Brasil, é ilusão imaginar que partidos políticos de tendências diversas consigam se entender adequadamente para beneficiar o País.

Antes tarde do que nunca. Talvez a consciência coletiva possa favorecer uma catarse que faça fervilhar a alma e os pensamentos dos políticos, que também farão parte do futuro, e eles percebam a oportunidade de uma redenção. Os VIPPES não poderão esperar pelo novo século. As dificuldades e os desafios da transição etária têm de ser enfrentados agora.

Cabe a todos que se preocupam com o fenômeno em curso, atuarem decisivamente para conseguir dos candidatos o compromisso de estudarem o assunto em toda a sua complexidade. Independentemente das agremiações políticas a que pertençam, candidatos e eleitores não podem esperar a vitória e o poder para começar a se preocupar. O envelhecimento populacional é a alavanca de um novo País, de uma nova sociedade e ela será produtiva na medida em que a reconhecermos como aglutinadora de objetivos sócio-econômicos.

Os programas de governo que os candidatos apresentam através dos meios de comunicação deveriam conter o pensamento e os projetos para a adequação da sociedade à nova configuração etária. Nenhum candidato deveria deixar de lado o tema porque quatro anos é um tempo muito longo sem medidas reais para acolher os novos VIPPES. Os candidatos que forem eleitos em outubro assumirão os novos cargos em 2015 e ficarão até 2018 (se não houver mudanças constitucionais).

A tabela abaixo mostra a demografia etária atual (2014) e a de 2018, para alguns grupos etários. (Fonte IBGE – Projeção da População do Brasil por Sexo e Idade 2000/2060 – Revisão 2013 – data base 1º julho)

Classes etárias

2014

2018

diferença

Crianças de 0 a 4 anos

14.938.133

14.182.966

-755.167

Crianças de 5 a 9 anos

16.009.509

15.114.823

-894.686

Crianças e jovens de 0 a 24 anos

82.207.607

78.642.678

-3.564.929

VIPPES de 50 a 59 anos

20.927.345

22.957.419

2.030.074

VIPPES de 60 a 79 anos

19.818.941

23.244.596

3.425.655

VIPPES de 80 anos em diante

3.169.677

3.789.567

619.890

Total de VIPPES

43.915.963

49.991.582

6.075.619

Total de NÃO VIPPES

158.852.599

159.195.220

342.621

Total da população

202.768.562

209.186.802

6.418.240

No período de 4 anos, correspondendo a apenas um mandato dos novos eleitos, o aumento da população geral no Brasil alcançará 6,4 milhões de pessoas, sendo 6,075 milhões de VIPPES e apenas 342 mil pessoas com menos de 50 anos.

Com certeza, o bom senso determina ser necessário pensar mais nos seis milhões de novos membros VIPPES do que em 342 mil não VIPPES. A razão é que a logística da estrutura atual da sociedade, em todos os aspectos, está sobrando para os últimos, mas a deficiência é considerável para os VIPPES.

Os governadores, senadores, governadores e prefeitos e vereadores de todos os municípios brasileiros precisam conviver diariamente com essas estatísticas para que, além das providências do presente, possam salvar o futuro.

G. Hansen Jr.

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