- 06 de abril de 2019

Tapetes voadores

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Empreendedores sempre ficam atentos para oportunidades de negócios duradouros. Tapetes estarão se tornando os principais assassinos de VIPPES neste século. Que medidas tomar?

tapetes_voadoresParar a fabricação e comercialização de tapetes é uma das soluções.

No momento em que qualquer tapete de sala, de banheiro, de quarto, de entrada (capacho) se transforma em “tapete voador” fazendo despencar no chão VIPPES de qualquer idade, o resultado é sempre desastroso. A morte direta ou como consequência desse tipo de queda atinge proporções alarmantes, quase inacreditáveis.

Melhor que parar a fabricação desses “criminosos” sem coração e sem alma, é estudar a sua substituição ou modificação.

Substituição é complicada. Os tapetes têm finalidades diversas e servem não só como decoração, mas também para dar maior segurança contra escorregões como é o caso dos tapetes de banheiros ou de boxes. Entretanto, também esses tapetes “seguros” não atingem o grau necessário de ação e acabam se tornando também cúmplices nos acidentes domésticos.

A divulgação destaca o efeito antideslizante dos novos tapetes.

Na prática o efeito existe, mas vários fatores convergem para traiçoeiramente torná-lo incapaz de evitar os acidentes: desgaste das áreas antideslizantes, baixa resistência a tropeções, redução do efeito pela ação de ceras e produtos de limpeza e o próprio desgaste do tapete.

Tapetes de banheiro são especialmente perigosos porque sofrem ação de produtos e da própria água que em certos casos causa o efeito aquaplanagem e transforma o tapete em verdadeiro esqui de altíssima velocidade.

O que poderia mudar?

Muitos técnicos defendem a abolição pura e simples do uso de tapetes dentro de casa, mas não oferecem alternativas. O tapete de banheiro não é seguro, porém, ainda é melhor que ficar sem ele. Mesmo com falhas ele ainda dá uma sensação de segurança maior que o piso direto.

Talvez os pisos tenham que sofrer estudos para que se tornem menos lisos e resistentes a produtos químicos de limpeza e cosméticos de banho. Qualquer melhoria em relação aos riscos dos tapetes poderá significar ganho de vidas.

E os tapetes? Será que uma nova geração desses acessórios não poderia ser criada com tecnologias que os tornassem companhia inseparável dos milhões de VIPPES que povoarão o país dia a dia?

Parece que o problema dos tapetes não mereceria tanta preocupação em relação às demais questões que envolvem o envelhecimento populacional, mas as perspectivas de quedas e tombos (ano 2060) em um composto populacional de 73 milhões de VIPPES de mais de sessenta anos (um terço da população (IBGE – Projeção da População do Brasil por Sexo e Idade 2000/2060 – Revisão 2013) são sombrias.

Um estudo publicado em julho de 2012 (Fontes: Christina Aparecida Ribeiro, Jose Campos Filho e Karol Bezerra The) indica que 30% desse pessoal relata tombos pelo menos uma vez por ano e 70% deles dentro de casa. Não informa se o culpado foi o tapete, mas é muito provável que ele lidere as pesquisas.

Extrapolando os números do estudo de 2012, podemos prever que em 2060, vinte e dois milhões de VIPPES sofrerão uma queda pelo menos. Quantos falecerão em razão dessas quedas? Quantos ficarão imobilizados definitivamente? Quantos ficarão deficientes parciais?

Não é brincadeira não!

Inventar um substituto de todos os tipos e finalidades de tapetes pode ser um dos grandes negócios do século e criar um tapete antiquedas seria então o acessório mais imprescindível de qualquer residência.

Torquato Morelli

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