- 06 de abril de 2019

Mobiliário profissional

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Com a expansão do mercado de empregos para VIPPES, é preciso pensar no mobiliário adequado para essa classe etária. A ergonomia se torna fundamental para evitar que outros problemas se criem com soluções inadequadas.

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O Dicionário Aurélio informa que “ergonomia é o conjunto de estudos que visam à organização metódica do trabalho em função do fim proposto e das relações entre o homem e a máquina”. Essa técnica ou ciência terá que ser praticada de forma imperiosa quando envolver VIPPES.

A necessidade que a sociedade terá de contar com o trabalho dessa classe etária envolverá a criação de condições que possibilitem os melhores resultados sem efeitos colaterais adversos na saúde e qualidade de vida. A ergonomia terá provavelmente a sua mais nobre e imprescindível indicação na nova sociedade envelhecida.

Uma busca no Google informa a existência de 712 resultados para a expressão “móveis ergonômicos para idosos”. Quando, entretanto, se coloca aspas para refinar a pesquisa, não há nenhum resultado. Assim, é preciso que sejam realizadas muitas pesquisas em ambientes com a presença de trabalhadores idosos para que se projetem móveis ergonômicos. É lógico admitir que a maioria dos VIPPES que continuará trabalhando ou que retornará ao mercado de trabalho exercerá funções compatíveis com a idade.

Assim, muitos cargos provavelmente serão exercidos em escritórios. Móveis desenhados para VIPPES com suas limitações poderão melhorar a qualidade do trabalho, além do conforto.

Naturalmente, é preciso encontrar e estudar os poucos trabalhos qualificados que estão disponíveis para que os interessados em participar ativamente do novo mercado mobiliário para VIPPES criem serviços, peças e instrumentos adequados.

Indicamos o resumo de um trabalho de 2002 realizado na Universidade Federal de Santa Catarina, que trata do tema. Não é sobre mobiliário, mas destaca alguns aspectos que despertam a necessidade de aprofundamento no tema Ergonomia. Detalhes muito interessantes podem ser encontrados no trabalho completo.

Título:

Adequação do trabalho ao trabalhador que envelhece

Autor:

Odebrecht, Clarisse; 1952-

Resumo:

Pesquisa que aborda a longevidade populacional e as conseqüências da permanência do trabalhador em atividade laboral por um período de tempo maior do que o previsto na legislação trabalhista brasileira. No Brasil, dos 13,5 milhões de pessoas acima dos 60 anos, 3,9 milhões continuam trabalhando, embora somente 499 mil estejam no mercado formal de trabalho. As condições em que o trabalho é realizado não foram projetadas para este novo perfil de trabalhador. Se o trabalho foi projetado para ser executado por um trabalhador na sua melhor performance, para o restante dos trabalhadores irá ocorrer: um desgaste excessivo que se agravará à medida que o trabalhador envelhece; um aumento do estresse e consequente prejuízo à saúde; um aumento de erros e acidentes e; um aumento de problemas e defeitos nos produtos afetando a qualidade da produção. O desafio é encontrar formas de evitar que o trabalhador, ao longo dos anos de atividade laboral, sofra um desgaste excessivo, e isso só é possível se houver uma interferência antecipada na forma de trabalho (no posto de trabalho, na função exercida, na organização do trabalho ou no ambiente). Mas como antecipar, se projetistas, organizadores, administradores, enfim os responsáveis desconhecem as características do trabalhador, as atividades exercidas, como estas o afetam e como ele envelhece. É importante encontrar formas de se antecipar às disfunções do trabalhador ou da inadequação das condições de trabalho para possibilitar a realização do trabalho por quem o necessita, sabendo-se que, ao longo dos anos, vão aparecendo limitações devidas ao envelhecimento que devem ser respeitadas. Desenvolveu-se um instrumento capaz de detectar indicadores que caracterizam uma mudança significativa nas capacidades, habilidades e limitações dos trabalhadores e que possam influenciar na realização de trabalho. É proposto um programa que, continuamente, visa adequar as condições de trabalho ao trabalhador à medida que este vai envelhecendo, sendo que o envelhecimento fica caracterizado pelo alcance gradativo desses indicadores, independente da idade cronológica do trabalhador. Após a aplicação do questionário aos empregados de nove organizações localizadas no Médio Vale do Itajaí os resultados confirmam a eficiência do programa proposto que, aliado aos métodos existentes de análise das condições de trabalho, permite descobrir, de forma antecipada, quais são as limitações e como se manifestam no ser humano, para que os responsáveis pelo trabalhador possam tomar as providências necessárias para preservar a saúde e o bem estar dele.

Descrição:

Tese (doutorado) – Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico. Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção.

URI:

http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/84151

Data:

2002

Existem trabalhos que descrevem a utilização de móveis por VIPPES, mas para uso residencial. São válidos, porém, não servem para avaliação do desempenho quando usados por VIPPES em atividades profissionais, muitas vezes de longa duração.

Enfim, o tema ergonomia para o trabalho de idosos vai ganhar importância cada vez maior e quanto mais diversificada for a informação, menor quantidade de problemas de saúde será registrada. Todos ganharão com isso.

Wolfgang K. L

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