Às vezes, a casa dos sonhos de toda uma vida não passa de uma ilusão. Na vida prática, quase todos acabam trocando suas residências, no mínimo, três a quatro vezes. E os VIPPES terão que substituir as suas residências quer queiram ou não.
Antes de toda a revolução tecnológica das últimas três décadas, ainda era possível imaginar a construção de uma residência (casa ou apartamento) que viesse durar uns 50 anos mais ou menos.
Mas neste século, a cada cinco anos, a tecnologia coloca novos materiais no mercado da construção imobiliária de tal modo que um apartamento ou casa de dez anos de construção parece mais da Idade da Pedra e não do século XXI.
E as últimas pesquisas sobre a nova maneira de morar indicam que a velocidade dos novos recursos, tendem a se acelerar.
Bastaria isto para se imaginar como seria obrigatório o pensamento de trocar o imóvel em que se vive por outro de designer e tecnologia mais
atualizada.
Mas com ou sem novas tecnologias, os VIPPES acabam tendo que trocar o imóvel e se não for uma mudança radical, no mínimo teriam que fazer uma “reforma radical”.
Por que essa determinante?
É consequência da impossibilidade dos VIPPES se adaptarem às contingências de suas condições físicas.
As escadas que eram subidas e descidas com elegância se transformam em barreiras quase intransponíveis, os aparelhos sanitários tornam-se máquinas de tortura, os corredores parecem pistas de patinação, as persianas e janelas ficam desafiando braços e mãos sem energia de trator como antes. Torneiras de desenho elegante se tornam inertes aos dedos e mãos sem a mesma “garra” dos anos 80.
E quem alcança os controles dos chuveiros? E o box que estreitou? E as portas que não deslizam mais? E as lâmpadas que alcançaram alturas nunca vistas? E os pisos escorregadios demais?
Mercados virtuais para mostrar e vender as novidades que podem transformar uma residência de VIPPES preocupados em um lar de VIPPES atualizados e felizes com a nova tecnologia. Ou mercados virtuais para vender novos imóveis já desenhados para a classe que vai comandar a sociedade.
Germano Hansen Jr
