- 07 de abril de 2019

Tecnologia “VIPPESIANA”

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Não existe o vocábulo nos dicionários atuais, mas “VIPPESIANA” poderá vir a se tornar um adjetivo adequado para designar uma nova linha de produtos eletrônicos para trabalho e lazer.

tecnologia_vippesianaO assunto tem sido uma constante na pauta do Portal VIPPES Negócios. E vai continuar sendo. Não há uma linha de produtos eletrônicos tendo como alvo principal as pessoas de cinquenta anos em diante, ou seja, os VIPPES.

Praticamente todos os produtos eletrônicos em qualquer área de utilização, do trabalho ao lazer, são desenhados para uso de “pessoas normais” e não para VIPPES.

Inicialmente temos que fazer um reparo na identificação de “pessoas normais”. Todas as pessoas são normais, porque “pessoa” é um indicador de espécie e a espécie é o ser humano.

Assim, falar em “pessoas normais” é admitir que existam “pessoas anormais”.

Por que aparece a ligação de VIPPES como “pessoas anormais”?

Preconceito! Ignorância! Ciumeira! Besteira!

Em matéria de negócios, produtos e serviços não pode haver preconceitos, ignorância, ciumeira e besteiras. Há pessoas que são capazes e competentes para certas atividades e outras menos capazes ou menos competentes para as mesmas atividades, sem nenhuma razão para classificar as primeiras de normais e as outras de anormais ou vice-versa. Isto mesmo!

Vice-versa porque seria lógico considerar, se houvesse justificação para linhas de pensamento erradas, que pessoas normais não conseguem fazer o que pessoas anormais fazem.

Esclarecida a confusão criada pelas mentes preconceituosas, vamos ao cerne do artigo.

VIPPES – e também pessoas de todos os demais grupos etários – podem apresentar algumas dificuldades na identificação, manuseio, operação e uso de aparelhos das mais diversas finalidades. Essas dificuldades são originadas por razões nem sempre facilmente explicáveis.

Um exemplo muito simples: auditórios de treinamento com poltronas com pranchetas laterais para apoiar blocos de notas. A quase totalidade de todos os auditórios não considera a existência de cerca de 10% de pessoas canhotas e assim, todas as poltronas possuem a prancheta para destros. O mesmo acontece em milhares de produtos feitos para destros como se os canhotos não existissem por serem “anormais”. Interessante é que a qualificação dos canhotos é bem mais expressiva do que os destros talvez até pela necessidade forçada deles em saber utilizar igualmente as duas mãos no dia a dia.

Produtos eletrônicos fazem parte dessa cadeia venenosa de preconceito e os VIPPES que crescem avassaladoramente na participação demográfica não poderiam e não deveriam sofrer as suas consequências. E falamos de todos os VIPPES incluindo também os destros e os canhotos, homens e mulheres. Botões de comando, alavancas de movimento, teclas de opções, textos de orientação, peças de manuseio de telefones, celulares, notebooks, tablets, CD players, instrumentos de controle, visores e uma infinidade de recursos que se tornaram imprescindíveis na atualidade tornam-se armadilhas traiçoeiras em sua operacionalidade por VIPPES.

Parece que os criadores ou os “designers” não sabem ou, pior ainda, não desejam saber que VIPPES podem apresentar “naturalmente, biologicamente, racionalmente, normalmente” algumas dificuldades com o passar da idade.

Isso vai acontecer com TODOS os VIPPES, com todos os seres humanos, com todos os criadores e designers na face da Terra.

Os VIPPES atingirão a metade da população brasileira até 2060 e mais que a metade da população com poder de compra. Tem que haver produtos adequados para esses mais de cem milhões de pessoas normais e que agora na passagem de 2013 para 2014 já são mais de quarenta milhões. É mercado grande demais para preconceitos de tão pouca inteligência.

Torquato Morelli

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