- 07 de abril de 2019

Onde estão os produtos p/VIPPES?

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Alguns setores de mercado parecem sofrer de uma doença chamada “mesmice”. Passam-se os anos e novas tecnologias assombram o mundo, mas alguns setores parecem alheios às inovações.

onde_estao_os_produtosUm dos mercados mais tradicionais e travados no tempo é o dos produtos de limpeza doméstica. Mas é um espetacular, volumoso e mal trabalhado mercado para consumo pelos VIPPES.

Podemos apresentar a seguir uma das causas da inércia mercadológica. Todos sabem que produtos de limpeza são compostos por substâncias químicas potencialmente causadoras de diversificados problemas de saúde. Algumas razões são responsáveis pelos acidentes e preocupações que esses importantes e imprescindíveis produtos provocam. A primeira e mais preocupante é a intolerância pessoal a alguma ou mais de uma das substâncias utilizadas na composição.

Porém, nem sempre é fácil a percepção da intolerância. Isso se deve também à diversidade dos produtos existentes: detergentes, higienizadores, amaciantes, tiradores de manchas, sabões para vários usos, colorantes, saneantes, águas sanitárias, odorizadores, desinfetantes, polidores, inseticidas, etc. Vários deles são de uso diário e, efetivamente, se torna complexa a tarefa de identificar o causador de uma intolerância que nem sempre pode se observar no momento em que acontece.

Ora… nenhum fabricante menciona ou orienta o consumidor para se proteger contra a intolerância química ou para descobrir a mesma. Estamos falando em um mercado, hoje, de praticamente 40 milhões de pessoas e que estará aumentando à razão de um milhão e meio a cada ano.

A segunda razão é a falta de pesquisas e observações sobre os eventuais efeitos colaterais das substâncias utilizadas na composição dos produtos. Todos sabem que crianças e idosos estão mais propensos a sofrerem a ação adversa dos produtos de limpeza. Como os idosos nunca representaram um volume significativo no mercado consumidor, os fabricantes não se deixaram envolver em estudos de melhoria e maior segurança para o consumo.

Acontece que o mercado cresce exatamente em função dos VIPPES. Pouco se conhece dos efeitos colaterais negativos dos produtos de limpeza na saúde dos idosos. Como o volume destes aumenta continuamente, a probabilidade de surgirem reações ao uso tende a crescer geometricamente. O ideal seria que os fabricantes realizassem testes de uso dos produtos existentes e de eventuais novidades e fizesse divulgação dos resultados para o público VIPPES.

Não se pode esquecer que a saúde dos VIPPES é influenciada por doenças características da idade o que os torna mais frágeis para determinadas condições da vida cotidiana.

Por exemplo: qual a possibilidade efetiva que idosos com asma, bronquite, pneumonia ou dificuldades respiratórias diversas pode apresentar para alguns dos componentes mais voláteis que entram na composição dos produtos? E o que aconteceria com aqueles que lutam com alergias e patologias dermatológicas?

Informar que não há nenhum perigo de dano é pouco confiável. Melhor seria a apresentação de resultados de pesquisas de consumo e demonstrar assim que os produtos são seguros.

No mais, essas pesquisas sempre possibilitariam ações de marketing que poderiam favorecer substancialmente os fabricantes que as realizassem. Estariam atendendo, dessa maneira, tanto ao interesse da classe VIPPES como de seus objetivos comerciais.

E o que é sempre importante em questões de mercado: o crescimento acelerado da quantidade de VIPPES.

Germano Hansen Jr.

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