O turismo para VIPPES será o grande “boom” daqui para a frente. Mas pensar nisso com os números atuais conduzirá para um subdimensionamento das verdadeiras ondas tsunâmicas do envelhecimento populacional.
Os VIPPES terão mais tempo para viajar. É uma verdade irretorquível mesmo considerando uma extensão maior de anos para a obtenção da aposentadoria.
Os VIPPES terão mais dinheiro para gastar que as demais classes. Também é uma afirmação suportada pela previsão econômica de todos os institutos de pesquisa.
Quantos VIPPES irão viajar?
Aí é que está a dificuldade. Como “adivinhar”?
Naturalmente não iremos enxergar na bola de cristal e nem nas cartas do tarô. Temos, porém, as estatísticas do IBGE que nos auxiliam a estabelecer alguns parâmetros.
Digamos que consideraremos para efeito de cálculos, que selecionaremos os VIPPES de 65 a 69 anos como candidatos a turistas rodoviários por ônibus.
Em 1980, nessa idade selecionada havia 2 milhões de VIPPES. Com chance, disposição, dinheiro, tempo e condições de saúde para viagens rodoviárias, cerca de 2%, ou 40 mil turistas. Se considerarmos ônibus com 40 lugares, a nossa frota teria que ter mil ônibus.
Atualmente, a frota atualizada iria a 2.275 Mercedões e em 2050 a 7.275 veículos. Isso considerando apenas a população na faixa de 65 a 69 anos.
Aí fica uma nova constatação: se os VIPPES (todas as pessoas de 50 anos em diante) forem passear, eles serão a maioria dos adultos porque, pondo de lado as crianças até 14 anos, os maiores de 50 serão quase cem milhões e os demais com menos de 50 serão menos de 90 milhões.
E esses menos de 90 milhões em plena vida ativa, terão menos tempo para passeios, portanto, como mercado, valerão bem menos que os VIPPES.
Germano Hansen Jr.
