VIPPES gostam de viajar e muitas empresas de turismo perceberam isso há muito tempo. Planos de viagens para VIPPES já fazem parte até de incentivos governamentais no Brasil.
A dúvida que se insere nessas iniciativas que estão mais adiante que outras no campo do envelhecimento populacional, é a adequação dos planos ao perfil e características dos VIPPES de agora e daqueles que irão engrossar as estatísticas etárias.
O Portal VIPPES Negócios fez algumas avaliações de programas turísticos para VIPPES.
O resultado não foi bom.
Agências de viagens, hotéis e empresas de lazer, em sua maioria, apenas ajustam publicitariamente seus anúncios de planos normais, para o público VIPPES.
Em grande número de programas, o “especial” para VIPPES é exatamente igual ao destinado para outras classes etárias.
É evidente que, independentemente do envelhecimento populacional acelerado que se constata no País, desde o final do século passado já se notava um crescimento dos passageiros e hóspedes de mais idade, no mundo turístico.
Apesar dessa constatação, o Plano Aquarela 2020 do Ministério do Turismo do Governo Federal não faz nenhuma menção ao pessoal de mais idade (VIPPES), em seus mais de 50 tópicos.
Na quase totalidade de estatísticas governamentais e de empresas privadas ligadas ao turismo, escassas são as informações referentes à VIPPES.
Que eles estão viajando não há dúvida, mas qual a sua efetiva participação nas viagens nacionais e internacionais?
A falta de informações é um fato que o Portal VIPPES Negócios vai tentar resolver em um projeto especial.
Com todas as notícias pesquisadas, admitimos como válida a participação de 35 a 40% de VIPPES no movimento turístico nacional no Brasil. Em outros países com grande participação de VIPPES no composto etário, parece que os VIPPES representam mais de 70% do turismo.
No Brasil os números vão crescer assustadoramente. Mas é um susto positivo.
Estamos preparados para isso?
Não parece!
Há um projeto tramitando no Senado (Projeto de Lei Suplementar nº482/11) que muda o Estatuto do Idoso. Este passaria a incluir a criação de duas vagas gratuitas para VIPPES de 60 anos em diante nas viagens aéreas ou então 50% de desconto se as vagas gratuitas estiverem ocupadas.
Esse projeto, que depende de muita avaliação para ser aprovado, não explica como conseguir dar descontos para VIPPES em viagens onde há grande tendência dos viajantes serem VIPPES em volume significativo. Provavelmente, a falta de informações mais detalhadas sobre essa classe etária no campo do turismo dificulta também a efetivação de outras iniciativas.
Um empresário do ramo, Wagner Greenhalgh, acompanha VIPPES em viagens e faz questão de checar as acomodações. Verifica pessoalmente os quartos para ver se têm piso antiderrapante e visita o banheiro para comprovar a existência de box com chuveiro em lugar de banheira. Informa-se da acessibilidade geral, a segurança, o conforto, a infraestrutura e a qualificação dos profissionais que farão o atendimento.
Pergunta: quantas empresas fazem o mesmo?
Em suma, não há um levantamento das reais condições de atendimento aos VIPPES no País e poucos empresários fazem como o empresário Wagner Greenhalgh.
O mercado é potencialmente fabuloso e os VIPPES vão fazer muito turismo, mas só os empresários conscientes dos interesses dessa classe é que tirarão partido dessa espetacular oportunidade de negócios.
J. Mark Torrence
