- 07 de abril de 2019

Dinheiro em casa

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Cheques já não são emitidos nas mesmas quantidades de anos atrás. Foram substituídos pelos cartões magnéticos. E agora a Internet economiza cartões. O que virá a seguir?

dinheiro_em_casaQuando se fala em envelhecimento populacional com a consequente expansão na quantidade de VIPPES, é conveniente pensar como acontecerá no futuro (próximo) o pagamento por produtos e serviços. Até agora o sistema financeiro conta com os Bancos e suas agências para a realização de dezenas de milhões de operações diárias diretamente nos caixas personalizados ou nos caixas eletrônicos.

Com uma população de grande maioria de jovens, comparecer a bancos e enfrentar filas ainda é uma solução razoável.

Entretanto, quando os VIPPES começam a substituir rápida e significativamente o pessoal de mais saúde e energia, dificuldades no comparecimento a agências bancárias são, no mínimo, preocupantes.

Imaginar que as agências possam melhorar o atendimento é parte da visão de futuro e certamente vai se comprovar. A questão crucial é que os VIPPES não apresentam naturalmente o mesmo pique e comportamento dos mais jovens e o tempo se torna cada vez mais escasso para todos. Agências mais compreensivas, mobiliadas, agradáveis não vão acelerar o atendimento e aí os problemas poderão aumentar.

Qual é a solução?

Ninguém consegue resolver imediata e definitivamente um problema novo e complexo. É correto pensar que alternativas vão ser experimentadas e aperfeiçoadas no decorrer da própria implantação das pioneiras. O aperfeiçoamento de sistemas informatizados talvez facilite ainda mais o pagamento de contas através da Internet, via eletrônica não presencial. Essa é uma alternativa que agrada muito os VIPPES que não gostam de enfrentar as ruas, filas e riscos de assaltos e outras dificuldades.

Mas o dinheiro em notas ou moedas não vai acabar em curto espaço de tempo. Ainda hoje, grande parte dos correntistas tem que ir para agências ou caixas eletrônicos para retirar importâncias pequenas ou pouco expressivas. Nenhum Banco poderia criar equipes de entregadores de dinheiro para a maior parte dos clientes que querem vinte, trinta ou cinquenta reais para passar o final de semana. Haveria um aumento avantajado de custos no atendimento e isso acabaria inflacionando as taxas de serviço e reduzindo o interesse dos clientes.

O que fazer, então?

Quando se pensa em tecnologia é preciso ir o mais longe possível. Querer imaginar estruturas complexas com custos elevados é desconhecer o fantástico potencial que a tecnologia proporciona na mudança dos usos e costumes.

Por que não pensar na possibilidade da emissão de dinheiro via Internet?

Alguém logo diria:

“Imagine a facilidade que os ladrões teriam na emissão de dinheiro”.

Mas hoje eles já conseguem fabricar notas falsas com elevado teor de dificuldade para comparação.

Se imaginarmos um sistema controlado e inteligente, não se torna uma fantasia. A segurança pode ser atingida através de códigos especiais e de controle operacional de excepcionalidades. Um cliente que possui uma conta com saldo de R$ 200,00 não poderia nunca emitir dinheiro em valor maior que esses duzentos reais. As notas seriam emitidas com o seu nome, endereço, telefone e CPF, com garantia através de um código específico que só ele conheceria.

Naturalmente haveria um conjunto de fatores que formariam o sistema de emissão residencial de dinheiro subordinada a critérios governamentais de autorização desse tipo especial emitido fora da Casa da Moeda. O papel para impressão do dinheiro em casa seria codificado e distribuído pelos Bancos para seus clientes cadastrados. Cada cliente teria direito a fazer uso de determinado valor a partir de seu perfil bancário. Um cliente que possui uma conta com saldo de R$ 200,00 não poderia nunca emitir dinheiro em valor maior que esses duzentos reais.

Esse dinheiro teria uma validade limitada à durabilidade das “notas” e sua emissão dependeria da compra de “papel-moeda” específico para essa finalidade conforme regras definidas pelas autoridades monetárias.

Parte dos gastos que seria economizado pelas agências bancárias se houvesse a emissão de dinheiro “em casa do cliente” poderia ser utilizada no aperfeiçoamento de métodos de segurança que permitiriam identificar eventuais golpes ilícitos.

Talvez não houvesse o fechamento de todas as agências bancárias no País, mas com toda certeza o número de VIPPES que deixaria de comparecer nas mesmas reduziria o movimento para níveis de tranquilidade absoluta. Provavelmente os valores de eventuais golpes e assaltos seriam menores que os registrados hoje em dia.

Colombo convenceu a Espanha que a América existia, Santos Dumont acreditou que poderia voar no mais pesado que o ar; Bill Gates afirmou que o computador se tornaria pessoal e Sabin provou que poderia acabar com a paralisia infantil. Acreditaram no que parecia apenas sonhos e fantasias. A tecnologia atual permite sonhar muito, mas não apenas com lazer e sim com soluções mais ousadas para enfrentar o cotidiano também diferente na civilização moderna.

G. Hansen Jr.

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