Os cálculos previdenciários são baseados nas estatísticas de longevidade. Como as taxas de mortalidade baixam de forma significativa nas últimas décadas, os cálculos precisam de uma revisão sistemática e dinâmica, inadiável.
Mesmo para aqueles que não costumam usar muito a matemática no dia a dia, um exemplo simples e real pode mostrar a dificuldade que teremos de enfrentar nos anos que estão adiante:
2012 = 38.000.000 VIPPES (mais de 50 anos)
2050 = 98.000.000 VIPPES
Serão 60 milhões a mais de VIPPES em 38 anos. É um período muito curto para uma expansão tão exponencial de uma categoria etária especial que além do crescimento em números absolutos, também expande a participação porcentual no conjunto da população (em razão da diminuição das taxas de natalidade e de mortalidade).
Se todos os novos VIPPES já nascidos quiserem seguir a legislação existente como está, poderão se aposentar muito cedo em relação à expectativa de vida em constante extensão. Mas quem vai contribuir para o capital dos institutos públicos e privados de Previdência? Os mais jovens que se encontram em fase acelerada de redução na composição etária? As crianças protegidas pelas leis sociais internacionais?
Na verdade, a maior contribuição ainda será dos VIPPES que precisarão continuar na atividade porque não haverá substitutos em número e qualidade para suprir as necessidades de trabalho da sociedade mais envelhecida.
Então a Previdência tem que acompanhar o ritmo da longevidade pois do contrário não conseguirá equilibrar as contas sociais. Não se trata de decidir pelo Ideal mas pelo Possível.
E tem que ser a partir de agora. Sem mais delongas!
G.Hansen Jr.
