O IBGE vai se tornando um órgão de informações que provoca polêmicas e até desconfiança. Parte desta é motivada pela metamorfose da pirâmide etária que não é mais pirâmide. Portanto, em 2050 teremos mais de 98 milhões de VIPPES.
Efetivamente esses mais de 98 milhões de VIPPES (pessoas de 50 anos em diante) já nasceram, já existem. Não se pode mais evitar que venham a fazer parte dessa classe importante que a cada ano cresce e toma participação de todas as outras. Talvez não sejam 98 milhões mas sim 95 milhões ou talvez até passem dos 100 milhões após ajustes anuais que podem ser feitos e atualizados ainda mais a cada dez anos. Mas os números básicos não alterarão muito.
O IBGE com sua lupa censitária e seus matemáticos suportados pela nova geração de computadores avançados, pouco a pouco vai projetando a nova imagem de uma realidade que parece ficção. Mas nada tem de fantasia.
Os números se baseiam na simples contagem de vidas existentes e nos cálculos aritméticos do número de pessoas que morrem. Todos os VIPPES (pessoas que estarão vivas em 2050 com mais de 50 anos de idade) já nasceram. Os VIPPES mais novos, aqueles que em 2050 estarão fazendo 50 anos, nasceram no ano 2.000 e os mais velhos provavelmente com 110 anos, nasceram em 1940.
A lógica é simples. Os cálculos se tornam complexos porque há necessidade de verificar a taxa de mortalidade variável no tempo. A mortalidade ocorre em razão de meios naturais e não naturais e os dados reais têm que ser considerados para que as projeções fiquem o mais próximo possível da verdade absoluta.
No caso da mortalidade natural, o controle de doenças seja através de novos critérios diagnósticos, seja em razão de novos tratamentos ou ainda da melhoria das condições de vida em geral, acaba alterando em prazo muito curto os índices. E atualmente, as alterações são sempre para menor, ou seja, na diminuição no número de mortes para cada mil pessoas de determinada idade.
O mesmo se pode falar da taxa de natalidade que também se altera no tempo. Atualmente é um índice que decresce a cada ano. Em razão da dinâmica da vida moderna, dos recursos disponíveis para evitar a reprodução e do comportamento mais voltado aos prazeres materiais, nascem menos crianças.
Assim, os VIPPES aumentam e as crianças e jovens diminuem. O mundo vai se tornando mais maduro. E o IBGE com sua lupa de excelente nitidez vai apontando as deformações nos desenhos gráficos (adeus Pirâmide) que representam as classe etárias na composição da sociedade.
