Começam a surgir os cursos para cuidadores informais nas grandes cidades. O País precisará de milhões deles. Mas qual é o perfil desses cuidadores? Quem serão esses novos “profissionais informais”?
Cuidador é aquele que cuida de alguém. Pessoas doentes ou incapacitadas por alguma razão, convalescentes e VIPPES com dificuldades de pequena ou grande monta são os pacientes de cuidadores.
Define-se o cuidador informal como aquele que toma conta de alguém em razão de parentesco, amizade ou solidariedade. Normalmente não existe remuneração e a responsabilidade é de caráter voluntário. Em muitas famílias a tarefa é distribuída entre vários membros.
Atualmente já existe também o cuidador profissional. Essa profissão já tem projetos de regulamentação e na esfera trabalhista já surgem centenas de processos envolvendo essa “nova” atividade.
O cuidador profissional poderá apresentar um largo leque de qualificação. Profissionais de várias especialidades podem cuidar de VIPPES e quanto mais experientes e bem formados, melhores serão os resultados no conjunto familiar. De forma geral, todos os profissionais da saúde podem ser excelentes cuidadores profissionais bem remunerados.
Com o envelhecimento populacional, a demanda de cuidadores se torna imperiosa e inevitável.
Nas classes de maior poder econômico a contratação de cuidadores profissionais já conta com empresas especializadas que capacitam os candidatos e asseguram requisitos pessoais e técnicos adequados. Nas demais e que formam a maioria da população, o recurso quase que exclusivo é contar com os cuidadores informais.
Situação desconfortável ocorre na classe média. Muitas famílias não dispõem de situação financeira favorável para contratar cuidadores profissionais para seus membros mais idosos e por outro lado não querem deixá-los em instituições ou com atendimento insuficiente.
A solução é o cuidador informal. Parentes ou aposentados que não trabalham fora, jovens que dispõem de tempo relativamente livre, familiares que podem dedicar algumas horas para a tarefa magnânima.
Aqui reside um dos pontos cruciais para que a atividade possa ter a consideração necessária para torná-la um dos ícones positivos da sociedade envelhecida. O cuidador informal pode ser dividido em vários níveis de competência e os cursos de capacitação precisam levar em conta essa diversificação.
A maioria dos cursos de cuidadores informais é genérica e não leva em consideração aspectos importantes que poderiam influenciar o treinamento.
Parte dos cuidadores poderá ter como paciente o companheiro ou companheira, o irmão ou irmã, a mãe ou o pai ou alguém que sempre foi querido e especial.
Quantos executivos e profissionais qualificados terão que se tornar cuidadores parciais ou ocasionais para seus pacientes amados? Como serão treinados para isso?
A expansão dos VIPPES na sociedade vai exigir comportamentos e atribuições até então não imaginadas e cuidar de familiares se tornará um dos mais fundamentais e imprescindíveis. O problema é que ninguém se dedicou muito a isso porque havia muitos jovens que se dispunham a cuidar de VIPPES. Em muitos casos também as empregadas domésticas faziam parte das famílias.
O envelhecimento populacional é causado pela redução significativa da população de crianças e por extensão de jovens. Ocorre em todas as classes sociais. Não há opção: VIPPES terão que cuidar de VIPPES. Saberão cuidar melhor se forem reeducados adequadamente para isso.
Os cursos de cuidadores informais podem se tornar um dos mais importantes e maiores negócios deste século.
Wolfgang K. L.