- 07 de abril de 2019

Demência

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Um estudo publicado na revista inglesa “The Lancet”, nº 9902, mostra que os casos de demência entre os VIPPES ingleses caiu 24% em duas décadas. Isso pode se repetir aqui no Brasil também.

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Um estudo publicado pela revista The Lancet identificou que o número de Vippes ingleses com demência caiu de uma estimativa de 884 mil casos para reais 670 mil, ou 24%, em 2011.

Esse estudo é importante para o Brasil. Com a transição etária a todo vapor no nosso País, é de se supor que o número de pessoas acometidas pelos diferentes tipos de demência (como o Mal de Alzheimer, por exemplo) irá explodir. Afinal de contas, o maior fator de risco para a doença é a idade. E todos sabemos que a demência é uma doença devastadora, tanto no aspecto econômico como no psíquico.

Para ficar apenas no aspecto econômico, o Reino Unido calcula que a demência tem um custo de 20 bilhões de libras esterlinas por ano (US$ 32,9 bilhões ou R$ 79,5 bilhões), mais do que o país gasta por ano com doenças cardíacas e câncer combinados. É bem mais do que 1% do PIB (Produto Interno Bruto) do Reino Unido. Por outro lado, são gastos apenas 50 milhões de libras esterlinas (US$ 83,3 milhões ou R$ 198,6 milhões) em pesquisas da doença. Em todo o mundo, os diversos tipos de demência geram um custo de US$ 600 bilhões (R$ 1,44 trilhões) por ano.

O estudo publicado na The Lancet foi, em certa medida, bem simples. Ele comparou duas pesquisas, uma realizada em 1991 e chamada de CFAS I (Cognitive Function and Ageing Study na sigla em inglês, ou Estudo de Função Cognitiva e Envelhecimento). Esta pesquisa apontou 664 mil pessoas com demência na Inglaterra e no País de Gales. Considerando o envelhecimento da população inglesa, em 2011 o número de doentes deveria estar em 884 mil. Entretanto, a CFAS II, outra pesquisa feita nos mesmos moldes da de 1991, identificou “apenas” 670 mil casos, ou seja, uma redução de 24% entre a expectativa e o número real de doentes.

E por que essa redução? Bom, seriam necessárias outras pesquisas para determinar, com exatidão, por que isso está ocorrendo. Mas o estudo na The Lancet dá algumas pistas. De acordo com ele, os fatores de risco para demência incluem idade, principalmente para aqueles com mais de 80 anos, sedentarismo, obesidade, diabetes, falhas no acesso à saúde ao longo da vida e aumento da sobrevivência após eventos cardiovasculares.

Por outro lado, ainda de acordo com a revista, os fatores que podem evitar a demência são dois: controle de doenças cardíacas, como pressão e colesterol elevados, e aumento da educação no período inicial da vida. Ou seja, quanto mais cedo as crianças forem para a pré-escola, melhor.

Concluindo: o estudo aponta que o melhor caminho para manter a mente saudável é mantê-la sempre em funcionamento e cuidar da saúde cardiovascular. Mostra também que pessoas que se dedicam aos estudos desde a mais tenra idade têm vantagens cognitivas sobre aquelas com menores níveis de estudos.

E lembrando: não é possível impedir todos os casos da demência mas algumas medidas podem impedir a demência vascular e igualmente atrasar a progressão da doença. Esses dados são importantes, tanto para os gestores de saúde públicos quanto privados, para o Brasil tentar evitar a explosão do número de casos de demência devido ao rápido envelhecimento da população. Acorda, Brasil!!

Paulo Tomazinho

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