- 05 de abril de 2019

Comércio na transição etária

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Shoppings Centers e supermercados têm sido os grandes receptadores de público de todas as idades, para compras, passeio e serviços. Os VIPPES, entretanto, não são recebidos de forma minimamente adequada.

comrcio na transio etriaA visão imediatista dos comerciantes desses grandes centros de compra é racional e correta, ainda que levemente preconceituosa. Entende-se que nenhum grande empreendimento deveria levar em conta uma minoria. Os jovens, crianças e adultos ao redor dos 40 anos significaram, até inícios deste século, o volume quase absoluto dos “clientes” dessas imensas lojas. Essa constatação era a realidade do mercado. A participação dos VIPPES se perdia em um dígito raquítico.

Por causa disso, esses estabelecimentos não proporcionavam nenhuma logística adequada para o público VIPPES. Muitas vezes, encontrar uma cadeira de rodas para um VIPPES com dificuldades de locomoção, se tornava um problema constrangedor. A maioria dos visitantes que conviviam com essa dificuldade costumava levar no porta-malas a cadeira de rodas tão difícil de existir no local “visitado”.

Salas de descanso para VIPPES, nem pensar! Poltronas, bancos, cadeiras para os VIPPES meio cansados de andar… completamente fora de cogitação. Afinal, quem fica parado e sentado não vê as vitrines e não compra, porém, atrapalha a circulação e ocupa espaço nobre – e caro.

Agora a situação é outra! Os VIPPES se expandem, tomam o lugar das crianças e aos poucos vão substituir os jovens e adultos jovens. Em pouco mais de uma geração serão mais de 45% da população brasileira que por sinal estará decrescendo em números absolutos. E o poder de compra crescerá junto. Serão responsáveis por mais de 60% do poder de compra dos consumidores. Mesmo os mais pobres terão o dinheiro das aposentadorias e benefícios sociais instituídos pelo Estado.

Os novos VIPPES também serão compostos por pessoas saudáveis e pessoas doentes e incapacitadas. Como serão milhões, sem os VIPPES,  os shoppings e supermercados não conseguirão manter os volumes de negócios observados até hoje. A população do ano de 2050 será ligeiramente maior que a população total de 2013. Hoje, as crianças e jovens até 24 anos são 83 milhões e serão apenas 51 milhões em 2050. Os shoppings e supermercados perderão 32 milhões de visitantes em 36 anos, ou seja, pouco mais de um milhão a menos por ano. Em compensação, no mesmo período, os VIPPES (50 anos em diante) aumentarão cerca de um milhão e meio por ano.

É esta conta que esses estabelecimentos precisam ter em mente e, portanto, repensar a logística de atendimento aos novos VIPPES. Boa parte deles não ficará em casa vendo televisão, mas irão às compras, desde que tenham locais aptos a recebê-los.

Germano Hansen Jr.

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