- 04 de abril de 2019

Competência = Zero

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O ineditismo da demografia etária que aos poucos e de maneira contínua vai mudando a face dos consumidores que mais crescem, os VIPPES, não poderia ser aceito e compreendido em um piscar de olhos. Mesmo em ambientes profissionais que não deveriam demonstrar qualquer surpresa com a mudança etária estrutural da sociedade, ainda se observa elevada dose de desconhecimento ou não aceitação da realidade. O que acaba se destacando é a formidável incompetência no atendimento dos “idosos”.

Os setores de atividade humana que lidam com o público precisam receber informações precisas e realistas sobre o novo perfil dos consumidores e, portanto, potenciais clientes.
Para que não haja a falsa noção de que o problema do envelhecimento populacional só vai causar preocupação no futuro distante, é importante apresentar algumas estatísticas que proporcionam uma visão mais confiável do que já se passa na sociedade brasileira.

Vamos selecionar o período de 2015 a 2024 (10 anos) para a nossa análise, ou seja, o tempo presente, o curto prazo em termos de mercado. Os dados são os nacionais, sabendo-se que há algumas diferenças geralmente pouco significativas de região para região ou estados. De qualquer forma, os números nacionais são o novo perfil da sociedade em todo o País.
fonte: IBGE-Projeção da População do Brasil por Sexo e Idade – 2000/2060 – Revisão 2013)

Comparação: mercado de fraldas e roupinhas para crianças até 1 ano x (a) mercado de vestuário para VIPPES de 50 anos; (b) mercado de vestuário para VIPPES de 60 anos.
Em milhares de indivíduos.

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Um consultor de negócios deveria aconselhar investidores e empresários de quaisquer ramos de atividade a operar em qual dos três mercados acima?

No primeiro, o de crianças, observa-se um declínio acentuado e nos dos VIPPES de 50 e de 60 anos, um crescimento vigoroso no mesmo período.

E quanto à duração dessas tendências contrárias? Basta deixar o curto prazo e avançar nas projeções do IBGE. Os números seguem a mesma tendência, como se pode verificar no quadro abaixo refletindo o período de 2024 a 2050.

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Não há dúvidas do que está acontecendo e vai ser assim daqui para frente e de maneira mais intensa. Os comerciantes deveriam estar orientando e treinando seus funcionários e vendedores para que conheçam detalhadamente o perfil dos novos potenciais clientes VIPPES. É essencial que se esqueçam dos chavões que definiam os “velhos” como ranzinzas, pés na cova, neurastênicos, aposentados improdutivos, cheios de doenças e muitas outras conotações negativas e preconceituosas.

Os VIPPES de 50 anos em diante são estruturalmente diferentes dos velhos do século passado. Os VIPPES de 50 anos hoje, começaram a conhecer a informática no Brasil desde o início da década de 70 quando tinham cinco anos de idade. No final da década de 80 já contavam com telefones celulares e notebooks (os 296, depois os 396) e na maioria das empresas as máquinas de escrever já iam sendo aposentadas.

Portanto, os novos VIPPES de 50 anos hoje, já operam com a moderna comunicação há mais de 25 anos. Já são conectados na Internet e na TV a cabo, muito antes da juventude de hoje. Os VIPPES atuais têm mais saúde, mais disposição para continuar trabalhando, mais tempo e vontade de viajar e se divertir, mais interessados em parecer bem e muito otimistas em relação ao futuro.

E para encerrar, os VIPPES de 50 anos em diante que já possuem uma renda de cerca de 40% do total da renda nacional, logo, logo terão mais da metade do total.
Ganharão aqueles que souberem tratar bem essa turma de “coroas”.

G. Hansen Jr.

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