- 07 de abril de 2019

Dinamismo não tem idade

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A noção de que VIPPES não são produtivos como a sociedade precisa, cai por terra diante dos fatos. Continuam em evidência como indispensáveis, VIPPES de idade avançada. E esse número vai aumentar muito!

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Não é nenhuma novidade o fato de VIPPES estarem em evidência na mídia. Na realidade sempre ocuparam posições de liderança em inúmeras atividades. Pela redução da capacidade física, apenas na área esportiva os VIPPES deixam de competir com os mais jovens. Ainda assim, não é fenômeno raro que alguns VIPPES consigam disputar desafios contra gerações mais novas em alguns esportes menos exigentes. Nos demais campos de atividade humana os VIPPES atuam em condições competitivas com as demais classes etárias.

Evidentemente, até três ou quatro décadas atrás, o volume reduzido de VIPPES na sociedade tornava aqueles ainda vivos como destacáveis. Até pelo fato de participarem com menos de 8% do total da população, adquiriam certa condição de lembranças vivas de outrora.  Agora a situação é outra: os VIPPES já passam de 20%. E não significam mais uma amostra do que passou. Eles são parte importante da nova sociedade que se estrutura. Passam de detentores de direitos preferenciais a participantes que compartilham dos ganhos e perdas da vida em comum.

Nem todos estão conscientes disso. Percebem que há mais VIPPES em todos os lugares, mas ainda não avaliaram a extensão da mudança etária. Parcela muito pequena da população é consciente dos desafios complexos que uma mudança etária como a que acontece agora no Brasil pode trazer. Mesmo em círculos socioculturais elevados encontra-se ausência de conhecimento do tema. Um dos pontos que mais alimentam o preconceito em relação aos VIPPES é a impressão de que são incapazes de sobreviver sem auxílio de terceiros. A imobilidade e ausência de motivação e energia parecem fazer parte do perfil dos “velhos”.

Naturalmente há VIPPES que por muitas razões lógicas perdem as características mais visíveis nos seres humanos: a condição física adequada para as necessidades da vida.

Acidentes, doenças, degeneração celular, dietas alimentares pobres na maior parte da vida e outros fatos que reduzem a qualidade da sobrevivência.

Entretanto, a maioria deles mantém as qualidades mínimas para cuidarem de si mesmo.

O dinamismo não é arrefecido pela idade, mas pode se retrair em função das pressões e incompreensões de familiares que não concordam que “velhos” possam continuar a viver normalmente.

Com o envelhecimento populacional, os VIPPES ocuparão espaço cada vez maior em todas as esferas de atividade do ser humano e não aceitarão limitações em sua mobilidade e sua necessidade de querer viver com qualidade material suficiente e muita dignidade.

A sociedade tem que aceitar isso. Tem que compartilhar dessa mudança. Precisa saber lidar com a nova classe de VIPPES sequiosos para aproveitar melhor a vida. Os VIPPES terão que abrir mão de muitos privilégios para poder ver respeitada a sua autonomia. Tratamento especial se destina a quem não pode conseguir alguma coisa se não for auxiliado por terceiros;

quem não precisa de ajuda não pode ter facilidades.

VIPPES poderão e deverão ser produtivos porque será também parte ativa da nova sociedade. Esse fato é o grande motor do dinamismo pessoal que não tem idade.

F. Aristóteles Filho

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