- 05 de abril de 2019

Mulheres 8 x Homens 1

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É um placar que registra uma vitória espetacular para o sexo “frágil” ou derrota acachapante para os “poderosos” homens. Se ele fosse resultado no futebol, o desastre seria vergonhoso para sempre.

Pior do que no futebol, o resultado é muito preocupante para os homens.

Os últimos dados (setembro de 2013) referentes à população japonesa apresentam exatamente 54.397 VIPPES de cem anos em diante.

Esse volume de VIPPES indica perto de meio por cento (0,043%) do total da população do País do Sol Nascente e este índice é o mais elevado do mundo. (No Brasil estamos com os centenários representando 0,012% ainda).

Quando se desdobra em sexo, a situação assusta:

 

População centenária

       %

   Mulheres

47.615

   87,5%

   Homens

6.782

   12,5%

Como as mulheres conseguem passar dos cem anos em volume tão superior ao dos homens?

No passado algumas hipóteses indicavam motivos que se deviam à natureza da atividade masculina de maior risco em relação à feminina. Participação maciça dos homens em guerras e cargos que envolviam segurança de modo geral com consequências fatais em longo prazo.

Trabalho em setores com elevado risco à saúde e condições inadequadas como minas de carvão, siderúrgicas, indústrias de produtos químicos, indústria da construção civil e outras nitidamente preenchidas por trabalhadores masculinos.

Outro aspecto que também foi considerado durante muito tempo como barreira à longevidade foi o alcoolismo.

Posteriormente verificou-se que os homens sempre foram “arredios” a tratamentos e cuidados especiais com a saúde e aqueles que escaparam da morte em razão das atividades “perigosas” não resistiam às doenças diagnosticadas tardiamente.

Como conseguir que o sexo masculino melhore a contagem no placar da sobrevivência?

É certo que mudanças não ocorrerão em curto prazo e será preciso um trabalho de vulto para que haja resultados ainda neste século.

Com certeza uma parte do problema é de conteúdo conceitual. O homem se acha capaz de vencer as doenças e as considera como próprias do sexo feminino.

Essa noção tem que ser combatida com veemência. Os meninos devem ser orientados a conhecer suas limitações físicas e saber que não há diferenças entre os sexos no que diz respeito á saúde.

Todos os especialistas em sociologia, psicologia e pedagogia, suportados por empresas e instituições públicas e publicitários, precisam criar uma campanha permanente para mudança comportamental. Talvez seja necessário usar os próprios sentimentos masculinos de “machismo” e supremacia sexual para conseguir que procurem a medicina preventiva como “confirmação” de seu “poderio”.

É conveniente que se estabeleça um programa de acompanhamento da situação etária no Japão para verificar como estão administrando a questão. É lá que o “jogo” está mais adiantado e o placar preocupante. O Brasil com quase o dobro da população japonesa enfrentará desafios ainda maiores se não tomar providências agora.

Para efeito de previsão do novo Brasil do envelhecimento populacional, seguem os números do IBGE para o pessoal de 90 anos em diante por sexo. (IBGE – Projeção da População do Brasil por Sexo e Idade – 2000/2060 – Revisão 2013)

              Brasil – Projeção da população de homens e mulheres de 90 anos e mais

 

Homens de

90 anos e mais

%   s/

total

homens

Mulheres de

90 anos e mais

%   s/

total

mulheres

2000

103.543

0,012

180.924

0,021

2014

163.055

0,016

341.555

0,033

2020

237.432

0,023

505.777

0,047

2040

676.300

0,610

1.458.407

1,253

2050

1.139.689

1,032

2.423.262

2,091

2060

1.607.811

1,515

3.416.262

3,048

Tanto em números absolutos quanto nos relativos, o envelhecimento é intenso e o sexo feminino sempre estará ganhando por 2 x 1.

Wolfgang K.L.                                                    

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