O que é que o País vai fazer com milhões de VIPPES no campo da Saúde? Qual o planejamento estatal para este século? Como poderemos ter certeza das oportunidades da substituição etária?
Os Estados Unidos, a mais poderosa Nação do planeta, atravessa séria dificuldade política em razão da não aprovação pelo Congresso de mudanças no sistema do Seguro-Saúde.
Uma potência democrática com dois partidos fortes não consegue votar decisões fundamentais para a manutenção ou melhoria da qualidade de vida de sua população. O que se pode esperar em países emergentes com classe política de baixa qualificação moral e competência social?
O envelhecimento populacional que apresenta no Brasil uma velocidade superior a de todos os outros países de maior expressão demográfica e territorial, não está tendo a atenção governamental e da iniciativa privada na intensidade adequada.
A dificuldade americana é um exemplo da pressão do tempo na solução de situações complexas.
O Portal VIPPES Negócios realizou uma pesquisa na literatura americana do século passado para encontrar elementos de informação sobre o envelhecimento populacional. Quanto os americanos estavam preocupados com o tema?
Não devemos nos esquecer que nos Estados Unidos, a velocidade do envelhecimento populacional foi de 69 anos – no Brasil 21 anos. (A velocidade é medida no número de anos necessários para que a população a partir de 65 anos de idade cresça de 7 para 14% na participação no total da população).
Pois bem, mesmo com essa velocidade do envelhecimento muito mais lenta que a brasileira, encontramos livros, artigos, relatórios e pesquisas divulgadas em meados do século XX, que comprovam a importância dada pelo poder público ao fenômeno demográfico.
Um dos trabalhos foi realizado pelo Senado através do Comitê sobre Trabalho e Bem Estar Social em 1956, sob o título “Studies of the Aged and Aging: Guide to significant publications”.
O mesmo Comitê do Congresso americano publicou no ano seguinte (1957) outro ângulo do mesmo problema, dessa vez com foco na saúde “Studies of the Aged and Aging: Health and health services”.
O trabalho desenvolvido pelos congressistas americanos apresenta uma visão de longo prazo e tenta abrir os olhos de toda a sociedade empresarial americana para um futuro previsível.
Prova desse espírito é um compêndio de 336 páginas, de 1959, como parte do resumo das audiências realizadas no Subcomitê sobre Problemas do Idoso e do Envelhecimento componente do Comitê mencionado anteriormente. Sob o título geral “National Organizations in the Field of Aging” foram consultadas e avaliadas diversas organizações nacionais voltadas para o idoso e as suas visões sobre as necessidades futuras.
Existem no Congresso Nacional do Brasil algumas comissões que tratam de temas relativos aos VIPPES. Falta, entretanto uma comissão multipartidária que compreenda todo o processo do envelhecimento populacional e sua repercussão na sociedade. Poderia ser a Comissão da Substituição ou da Transição Etária.
Quem sabe em uma legislatura competente o Congresso poderia concluir um estudo que desse as orientações adequadas para transformar o envelhecimento populacional na grande alavanca de renovação social do País.
Para finalizar apontamos um fato que acreditamos esteja acontecendo hoje no nosso País: a liderança da inteligência acadêmica no assunto.
Nos Estados Unidos, destacou-se a Universidade de Michigan através do seu Institute for Human Adjustment que em 1950 publicou um trabalho que poderia ser uma referência mesmo para os dias atuais, sob o título “Planning the older years”.
Mas as observações não ficaram apenas nos Estados Unidos. Na Europa também na mesma época multiplicaram-se os estudos e pesquisas sobre o envelhecimento populacional. E mais uma vez é preciso lembrar que a velocidade desse envelhecimento foi bem mais lenta que a brasileira, como se pode ver no gráfico abaixo.
G. Hansen Jr.