- 07 de abril de 2019

Trens, ônibus e Cia.

0

Governos planejam aumentar a oferta de transporte público para todos e por muitas razões lógicas. Trens, ônibus, metrôs, navios, lanchas, balsas também devem fazer parte dessa previsão.

trens_onibus_e_ciaSempre que se fala em veículos há uma tendência de se pensar nos automóveis, mas a movimentação da população de VIPPES exige todos os tipos de veículos, desde a bicicleta até o helicóptero.

Como essa população está crescendo à razão de um milhão e meio de pessoas por ano, as políticas públicas precisam pensar “grande”.

Já as indústrias que fabricam todos os tipos de veículos são obrigadas a avaliar as suas linhas atuais e repensar o mercado daqui para frente.

Todos os levantamentos e pesquisas que até então se utilizavam para planejamentos de produção terão que ser refeitos, pois a mudança de perfil dos usuários é profunda.

Muitos executivos que passaram ou passam a maior parte de seu trabalho em viagens comerciais, ao se aposentarem e se tornarem menos dependentes de horários e compromissos inadiáveis, também desejam mudar comportamentos até então obrigatórios. Possuir uma lancha, um barco de pesca, um automóvel para pescaria ou um pequeno avião pode se tornar a realização de sonhos adiados. Isto, naturalmente nos níveis de maior poder aquisitivo.

Para os VIPPES das classes B e C, os sonhos serão concretizados com a possibilidade de viagens nacionais e internacionais e ônibus, trens, navios e aviões vão ter que aumentar a oferta de lugares. A questão que preocupa é a adequação desses veículos aos VIPPES. Trens e ônibus não estão em condições de receber boa parte dos usuários de mais idade.

É evidente que todos, VIPPES e não VIPPES gostam de viajar sentados. Mas os VIPPES não apenas gostam, mas em sua maioria precisam viajar sentados, porque pernas, colunas e braços já não aguentam os mesmos trancos de antes.

Atualmente, para tentar obter lugar para todos os efetivos usuários, a maioria dos veículos de transporte coletivo retira as poltronas e bancos para que caiba um maior número de passageiros em pé. Essa pseudo-solução pode ter sido conveniente tendo em vista a população usuária jovem e os adultos jovens que sempre encontraram veículos lotados.

Mas essa maneira “tampão” de resolver problemas não poderá ser mantida para a nova e crescente onda de VIPPES. Parte significativa desse pessoal vai precisar se locomover em transporte coletivo com um mínimo de condições nos veículos. Os atuais não servem e a sociedade não pode se conformar com isso.

Metrô é um caso típico de veículo que poderia atender a multidão de VIPPES das classes D e E que não poderá se deslocar para fora de suas cidades. Mas seria imperioso que houvesse vagões adaptados para VIPPES de mais idade, digamos de 70 anos em diante. Vagões com maior número de assentos e espaço para cadeirantes.

Não se pode pensar na situação de hoje, pois a quantidade de VIPPES crescerá de forma veloz e aos poucos atingirão a maioria nos grupos etários no Brasil.

A sociedade não pode dormir no ponto porque não haverá tempo suficiente para a implementação de todas as novas exigências trazidas pela substituição etária.

Veículos de transporte pessoal (todos) adequados para VIPPES serão produtos de máxima importância na nova sociedade que envelhece.

F. Aristóteles Filho

Compartilhe.

Leave A Reply