- 07 de abril de 2019

Desafio: ambulâncias

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Veículos significam transporte de pessoas de um lugar a outro. O envelhecimento populacional vai precisar de muitas ambulâncias e com elas os produtos, serviços e problemas acessórios.

desafio_ambulanciasO raciocínio é muito simples.

Os motoristas e pedestres que vivem nas grandes cidades ouvem cada vez mais as sirenes de ambulâncias que circulam em gincanas incríveis nas avenidas e ruas sempre congestionadas.

Parte dos atendimentos é devido a acidentes que se sucedem incessantemente.

Entretanto,  um fato novo começa a fazer crescer a circulação desses veículos que tentam preservar a vida de seus passageiros: o atendimento emergencial a VIPPES.

Isso significaria que os VIPPES estão ficando mais doentes por falta de prevenção na saúde?

A resposta é positiva, mas não exclusiva. Como os VIPPES masculinos, principalmente, não cuidam da saúde em proporção mínima adequada, quando apresentam algum problema normalmente já se identifica emergência e a ambulância significa a chance de salvação.

A outra explicação é dividida em dois ângulos: o primeiro reflete o aumento espetacular na quantidade de VIPPES na população. Mais de quatro mil a cada dia. Mais da metade do número diário de partos. A probabilidade da ocorrência de acidentes com VIPPES é cada vez maior considerando-se estarem ainda mais sujeitos a sofrer acidentes em razão de condição física inferior à média da população.

O segundo ângulo é a ausência de ação da sociedade em campanha de grande envergadura na conscientização da necessidade da prevenção da saúde. Os VIPPES têm que receber orientação antes de se tornarem VIPPES. Isso vale para homens e mulheres. Naturalmente,  a campanha teria um desdobramento adequado para atingir com profundidade os dois sexos.

Se não houver agora, mudança do comportamento da população em geral, todos os dias daqui para frente teremos mais de quatro mil potenciais passageiros de ambulância somando-se aos mais de quarenta e três milhões já componentes desse grupo etário.

Mais do que uma campanha cívica, educada, com artistas travestidos de médicos demonstrando gráficos e tabelas com o aumento dos atendimentos emergenciais, é mister que se criem estímulos obrigatórios com penalidades que preocupem os VIPPES, seus familiares, seus empregadores, seus empregados e a sociedade toda.

Deve ser algo do tipo “perder porcentagem dos benefícios da aposentadoria se não realizar exame anual de prevenção da saúde”, por exemplo.

Se não houver obrigatoriedade, mudanças de comportamento serão pouco perceptíveis, se acontecerem.

Um extraordinário professor de Física da Sorbonne e depois presidente de seu Instituto de Planejamento Estratégico, criador de bem sucedidas campanhas de publicidade e propaganda para pessoas como Chanel (França), Menén (Argentina), Miterrand (França) e empresas como Carrefour, Volvo, grupo Bunge, ensinava que a melhor maneira de conscientizar pessoas em propaganda é adotar a campanha do terror.

Afirmava que chamar a atenção para a possibilidade de acidentes terríveis, mortes, aleijamentos, pobreza e outros males sempre dará resultado porque os consumidores e usuários reagem muito mais intensamente ao receio de perder e de sofrer do que ao de ganhar.

Essa é a fórmula provavelmente melhor para mudar a situação da prevenção da saúde no Brasil, principalmente junto ao sexo masculino. Obrigatoriedade! Novas leis! Não leis para cobranças de novos impostos, mas leis para salvar vidas! Informar que a maioria vai morrer porque o País não tem condições de atendimento emergencial. Alertar que não há hospitais, médicos e produtos suficientes. Dramatizar a situação que, infelizmente, está mais próxima da verdade indesejável.

Com um milhão a mais de VIPPES anualmente e a maioria sem qualquer programa de prevenção da saúde, a probabilidade de ambulâncias se tornarem poluidoras sonoras nas grandes cidades brasileiras não será aleatória.

Os problemas acessórios são diversos e todos com soluções difíceis e complexas: maiores verbas para a compra de ambulâncias, maior produção desses veículos com todos os equipamentos pertinentes, contratação e preparação de pessoal qualificado para compor o quadro profissional (motorista, médico e paramédico) e melhoria pronunciada do trânsito (o que envolve providências de caráter estrutural em cidades com já difíceis problemas de circulação viária).

J. Mark Torrence

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