Sempre que se fala em veículos a imagem mais comum é a de jovens e, sobretudo, do sexo masculino, seja dirigindo, seja comprando, seja passeando com qualquer novo modelo de veículo ou de marca. Desafios surgem com o envelhecimento.
Para começar, veículos são máquinas tecnológicas em sua grande maioria, que nos permitem voar, navegar, rodar em duas, quatro ou mais rodas e nos levar para qualquer outro local.
O mais desejado e comum é o automóvel e o menos sofisticado a bicicleta. Como o mercado enxerga os potenciais usuários de veículos? Por idade, por sexo, por capacidade física?
De acordo com o tipo e finalidade do veículo surgem diferenças de projetos. Para viagens espaciais as exigências são mais completas e rigorosas e vários fatores devem ser avaliados com precisão. Por exemplo, automóveis exigem alguns requisitos mínimos e, atualmente, alguns deles antes restritivos já foram eliminados. Hoje cadeirantes, amputados de membros, surdos e até deficientes visuais contam com modelos especialmente adaptados para uma direção segura e agradável.
E que tal um mercado para veículos com potenciais 40 milhões de usuários hoje?
Interessa?
Nenhum especialista em marketing diria que não. Nesse caso, a unanimidade não seria burra. Naturalmente, muitos detalhes deveriam ser identificados, inclusive, aqueles que definem a condição econômico-social dos pesquisados. Mas quando se fala em veículos parece que se fala em algo ligado ao sexo masculino.
Para quem quiser operar no mercado dos VIPPES, a composição por sexo é a seguinte, considerando a projeção IBGE da população brasileira por sexo e idade 2000/2040 – revisão 2013:
População de 50 anos em diante em 1º de julho
ano |
Total |
Homens |
% |
Mulheres |
% |
2000 |
26.786.410 |
12.398.789 |
46,3 |
14.387.621 |
53,7 |
2013 |
42.407.714 |
19.529.698 |
46,1 |
22.878.016 |
53,9 |
2020 |
53.054.783 |
24.460.816 |
46,1 |
28.593.967 |
53,9 |
2030 |
69.637.393 |
32.177.510 |
46,2 |
37.459.883 |
53,8 |
2040 |
86.652.853 |
40.112.485 |
46,3 |
46.540.670 |
53,7 |
Em 2013, 58.828.549 indivíduos não tinham idade legal (18 anos) para dirigir veículos automotores, mas todos os VIPPES poderiam legalmente dirigir.
Assim, ficaríamos com o seguinte quadro potencial hoje:
Habilitação | População | % |
Sem condições legais | 58.828.549 | 29,3 |
De 18 a 49 anos | 99.796.451 | 49,6 |
VIPPES (50 em diante) | 42.407.714 | 21,1 |
Se isolarmos em um novo quadro apenas as classes habilitadas, teremos:
Habilitação | População | % |
De 18 a 49 anos | 99.796.451 | 70,2 |
VIPPES (50 em diante) | 42.407.714 | 29,8/42,5 |
Hoje, os VIPPES são, praticamente, 30% dos habilitados potenciais ou 42,5% dos habilitados de menos de 50 anos. É uma fatia de mercado enorme para todos que queiram resultados imediatos. Importante também é verificar que a participação do sexo feminino no conjunto da classe dos VIPPES é sempre maior que 53%. Será que não é o momento para diversificar um pouco o sexo dos condutores de veículos na publicidade?
Fórmulas de competição no mundo dos motores como dos automóveis (F-1, Indy, Nascar, Stock car) quase que, exclusivamente com homens, não retratam a importância que as mulheres dão aos veículos. Elas apenas não são tão temerárias quanto os homens, mas sabem como conduzir veículos para qualquer finalidade ainda que eles não sejam desenhados para elas ou divulgados para elas.
O mercado dos VIPPES homens e mulheres é o que mais cresce no País e já ocupa nível impossível de ficar fora de qualquer planejamento estratégico de vendas.
Germano Hansen Jr.