O IBGE forneceu à sociedade e ao mercado brasileiro a nova composição etária e por sexo da população geral. A revisão 2013 é espetacular! Dá para calcular o mercado de cadeiras de rodas.
Os dados do IBGE foram baseados em cima do Censo Demográfico de 2010 e nova metodologia foi utilizada. A confiança nos números cresceu ainda mais.
A apresentação e disponibilidade dos cálculos também foram aperfeiçoadas e tornou possível realizar muitas análises de forma mais simples e rápida.
Dá para tentar calcular o mercado VIPPES de cadeiras de rodas para os próximos anos? Será compensador? Será significativo? Valerá a pena? Não estamos nos referindo aos demais grupos etários que também necessitam de cadeiras de roda, mas apenas as pessoas de 50 anos em diante.
Por outro lado, maior número de cadeiras de roda significa maior área de pisos adequados para que elas rodem. Aumento no volume de lugares para cadeirantes nos meios de transporte e nas estações.
E também vão aumentar as necessidades de mudanças nas construções arquitetônicas, nas empresas, nas lojas, nos supermercados e em todos os lugares onde alguém possa ou queira se locomover em uma cadeira de rodas.
Como responder a todas as questões acima?
Com certeza não são apenas os dados do IBGE que comporão um plano estratégico de políticas públicas e de empreendimentos privados industriais, comerciais e serviços, mas serão essenciais para o conteúdo estrutural.
Admitamos que no mínimo 20% de todas as pessoas de 90 anos e mais sejam potenciais usuários para cadeira de rodas. Vamos também considerar que as cadeiras de roda durarão até o falecimento do usuário, portanto, não serão substituídas. Assim, o novo mercado será apenas dos novos VIPPES que alcançam o grupo etário de 90 anos em diante.
Para obter uma visualização mais adequada vamos dividir os potenciais usuários em homens e mulheres já que essa divisão favoreceria identificar usuários com diferentes gostos e anatomia.
Todos os dados são da revisão 2013 da projeção da população brasileira.
Ano |
Homens |
20% |
Mulheres |
20% |
2000 |
103.543 |
20.708 |
180.924 |
36.185 |
2010 |
126.957 |
25.391 |
267.130 |
53.426 |
2013 |
152.780 |
30.556 |
320.111 |
64.022 |
2020 |
237.432 |
47.486 |
505.777 |
101.155 |
2030 |
395.067 |
79.013 |
867.513 |
173.502 |
2040 |
676.300 |
135.260 |
1.458.407 |
291.681 |
2050 |
1.139.689 |
227.937 |
2.423.262 |
484.652 |
2060 |
1.607.811 |
321.562 |
3.416.262 |
683.252 |
Observa-se o início de um crescimento formidável já nesta década.
Em 10 anos, de 2000 a 2010, a média de aumento anual na quantidade de cadeiras de roda para homens foi 468 unidades e para mulheres 1.724 unidades. Já na década atual, o incremento alcançará 2.209 unidades para homens e 4.772 para mulheres.
O pico do crescimento ocorrerá na década de 2050/2060 com 9.362 cadeiras para homens e 19.860 para mulheres a cada ano em média.
Como se verifica, o volume vai permitir a criação de modelos diferenciados para classes etárias de renda diversa.
O IBGE disponibiliza todos os dados apresentados por Região, Estados e Municípios, cabendo aos profissionais de mercado estabelecer os alvos de interesse.
É importante lembrar que os novos cadeirantes VIPPES estarão se movimentando muito mais e, portanto as cidades, as ruas, os edifícios, as calçadas, os imóveis de modo geral terão que estar preparados para proporcionar efetiva mobilidade a eles. É preciso uma parceria efetiva entre o Estado e a Iniciativa Privada para que não haja dificuldades logísticas que impeçam o direito de ir e vir desse pessoal.
Os 284.467 cadeirantes VIPPES de 90 anos e mais no ano 2.000, aumentaram para 472.891 em julho de 2013 e rapidamente passarão de 743.205 em pouco mais de 6 anos.
O tempo já é curto para preparar logisticamente as cidades para essa avalanche etária.
Germano Hansen Jr.