- 07 de abril de 2019

Moda VIPPES é bobagem?

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É claro que não! Modelos esqueléticas e anoréxicas são minoria: “traço” (nem aparecem nas estatísticas de tão pequena quantidade) usadas para vender moda para alguns milhares. E quem desfila para os milhões de VIPPES?

moda vippes e bobagemEstamos falando de um mercado em franca e geométrica expansão. Milhões e milhões de indivíduos masculinos e femininos que incharão todas as estatísticas demográficas.

Não ficarão nus!

Não se trata de um aspecto puramente estético ou ético. Sabemos que a aparência física dos VIPPES, principalmente aqueles que já passaram das sete décadas de vida, não é o melhor que se pode pensar em matéria de beleza anatômica.

Os cabelos são menos espessos quando ainda existem. A coluna entorta, a cintura se alarga e a barriga se expande e desaba. Os seios murcham e a pela sobra aqui e ali.

O rosto perde a tez brilhante e as cores se tornam menos vivas. Manchas de todos os tipos surgem do nada. Varizes, veias salientes e coloridas parecem querer ocupar espaço nas áreas mais nobres.

Uma parte dos VIPPES ainda tem que viver em cadeiras de rodas ou depender de bengalas, andadores ou botas e sapatos especiais. O que se sabe, contudo, é que as marcas da idade não poupam ninguém. Exceções sempre vão existir e continuarão sendo apenas exceções. No mundo dos VIPPES as exceções não fazem a regra, nunca!

Assim, os milhões de VIPPES não jogarão as roupas fora e andarão por aí com a documentação etária balançando ao vento e nas tempestades. Mais do que o mercado dos indivíduos que passam dos trinta e ainda não chegaram nos cinquenta e com predomínio das mulheres, os VIPPES desejam muito mais os recursos da moda para se manterem com a dignidade da aparência.

A moda sempre acompanhou a sociedade como uma realçadora da beleza aparente.

Espartilhos chegaram a disfarçar a obesidade de barrigas alargadas pelos lautos banquetes. Armações de ferro ou madeira cobriam perfis de pouca expressão anatômica. Perucas fantásticas, até de várias camadas de altura, ornavam as cabeças de reis, rainhas e de toda a sociedade incrustada nos reinos que se espalhavam em todos os continentes.

O mundo durante alguns séculos parecia um eterno baile à fantasia e ninguém, realmente, sabia a realidade física daqueles que se escondiam em dezenas de metros quadrados de tecidos maravilhosos, cremes e artifícios cosméticos nem sempre condizentes com a dignidade humana.

A nova geração de VIPPES vai precisar da moda para tornar o seu “reinado” uma época de um novo esplendor. Não precisarão mostrar as rugas da experiência e nem as marcas das lutas existenciais porque estilistas imaginarão a nova maneira de valorizar o conteúdo humano dos novos protagonistas da História.

“Designers” da moda para a nova geração de VIPPES contam com a tecnologia que não existia na Idade Média, nem na Renascença e tampouco na “Belle Époque” do século XIX. Materiais sintéticos de leveza, dureza e durabilidade quase eternas poderão servir de base para ideias fantásticas que farão dos VIPPES os ditadores de uma nova forma de definir a estética.

Na Internet já surgiu uma empresa que informa ser “a primeira loja especializada em conforto para a Terceira Idade”. Loja de roupas e alguns artigos de moda para VIPPES.

Trata-se da Sharisma, em São Paulo. Primeira significa o início. Quantas virão? Quantas serão necessárias para os milhões de VIPPES que estão se multiplicando inexoravelmente? Vamos aguardar!

Germano Hansen Jr.

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