- 06 de abril de 2019

Reforma em edifícios

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A quase totalidade dos edifícios condominiais da maioria das cidades brasileiras não atende às necessidades dos VIPPES. O diabo é que estes crescem em quantidade avassaladora. O que fazer?

reforma de edificiosCentenas de empresas construtoras operam no território brasileiro. Parte delas encontra-se em dificuldades financeiras ou dependentes de alguns negócios. São poucas aquelas que independem de recursos de terceiros para sobreviverem.

Por outro lado, milhares de pequenos empreiteiros de obras realizam trabalhos de pequena monta sem agendamento regular o que dificulta a manutenção de uma equipe especializada e contínua. É aí que surge a maior oportunidade de negócios imobiliários do século XXI: as reformas imobiliárias em razão do envelhecimento populacional.

Não é preciso realizar uma pesquisa de mercado para a verificação do pressuposto. O excelente relatório do IBGE “Projeção da População do Brasil por Sexo e Idade – 1980/2050 – Revisão 2008” – www.ibge.gov.br –  dá todas as indicações do futuro demográfico. Em cada edifício residencial em todos os municípios brasileiros, o número de idosos (convencionalmente a partir de 60 anos) ou VIPPES (50 anos em diante) vai crescer ano a ano em proporção surpreendente e em velocidade perigosa.

Há algumas cidades que já apresentam um cenário do futuro em razão da composição etária já mais envelhecida que a média. O mesmo ocorre em alguns bairros de algumas cidades como é o caso do bairro de Higienópolis em São Paulo, SP, e em Copacabana no Rio de Janeiro, RJ. Para aqueles que ainda não visualizaram o futuro etário pode ser interessante conhecer essas “ilhas” futuristas demográficas.

Ainda que as condições de qualidade de vida e saúde tenham melhorado muito nos últimos anos, a degeneração celular ainda não foi sustada e, portanto todos os VIPPES vão apresentar algumas dificuldades físicas: locomoção, visão, força, agilidade, audição, depressão,  entre outras. Alguns poderão apresentar problemas simples e outros não tanto, mas nada que possa impedir a maioria de continuar vivendo e aproveitando a vida.

Boa parte dos edifícios não oferece condições adequadas para o idoso “passear” pelo condomínio. Escadas com degraus avantajados, ausência de corrimão, iluminação própria para corujas, pisos inadequados, falta de indicação, elevadores desnivelados e muitas vezes paredes com cores depressivas.

As construtoras e empreiteiras imobiliárias deveriam criar equipes de avaliação e preparação de projetos para reforma e adaptação de edifícios às exigências do novo perfil de moradores. Em alguns prédios o trabalho precisará de muita criatividade a fim de encontrar soluções para dificuldades complexas. Muitos casos de edifícios com espaço insuficiente para mudanças poderão exigir até mesmo a invenção de sistemas inéditos.

O obstáculo é uma das maiores alavancas para o surgimento de “novidades”.

Conta-se que Tomás Edison inventou a lâmpada elétrica quando viu sua esposa com sérias dificuldades para costurar à noite sob a luz de velas. No caso de criatividade em condomínios, é sabido que em um excelente edifício situado na Aclimação (bairro de São Paulo, SP) –  e com uma única vaga para automóvel em cada apartamento (situação muito comum nesta cidade) um arquiteto competente, também morador, conseguiu arranjar quarenta novas vagas sem paralisar o prédio. Parecia impossível, mas foi descoberta uma alternativa que valorizou o condomínio tornando-o mais adequado ao perfil do morador de hoje.

Agora não há mais como postergar problemas que só aumentarão. Cadeiras de rodas serão acessórios permanentes em muitos apartamentos. Elevadores, halls, portas, entradas, garagens e demais dependências terão que comportar “veículos” fundamentais para aqueles que não caminhar.

Empresas competentes terão muito trabalho nas próximas décadas se quiserem efetivamente “fazer dinheiro” prestando um relevante benefício social. Elas ainda não tiveram a “ficha caída” à percepção de operar no mercado VIPPES de reformas e adaptações imobiliárias, um grande negócio!

Germano Hansen Jr.

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