- 07 de abril de 2019

Novos conceitos

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Residências com arquitetura própria para VIPPES já começam a aparecer em muitas construtoras. Agora se inicia a fase com edifícios comerciais e industriais.

condominios_trogloditasProjetar edifícios para finalidades industriais, comerciais e outras fora da arquitetura residencial é uma das grandes missões do século XXI. Da mesma forma que nas residências, os VIPPES aumentarão seu contingente em quase todas as áreas da atividade humana.

Como haverá alguma perda de funcionalidade em algum aspecto físico, as novas edificações deverão apresentar acessibilidade total para os VIPPES. Não apenas a acessibilidade para adentrar ou sair de um ambiente, mas, sobretudo, para ficarem longos períodos dentro dele.

Maior dificuldade reside, com certeza, nas construções já existentes, principalmente as mais antigas. Com efeito, muitas delas não foram projetadas para uma população com significativa proporção de VIPPES. Agora vai haver necessidade e conveniência de reformá-las, visto que parte substancial delas ainda permite uso por longo prazo. As adaptações poderão ser realizadas em muitos casos sem que haja custo muito elevado.

Não se trata apenas de construir rampas, retirar escadas ou aumentar corredores.

Banheiros, vestiários, pisos, iluminação e outros aspectos que compõem o conjunto arquitetônico externo e interno terão que sofrer uma renovação em razão da transição etária.

Para que os investimentos em reformas ou novas construções sejam efetivados de maneira inteligente, é conveniente a realização de um amplo estudo sobre as áreas de atividades que mais vão receber ou precisar de VIPPES. A partir de meados deste século, praticamente todos os setores ativos do País terão que usar a mão de obra VIPPES porque não haverá outros grupos etários disponíveis para todo o trabalho imprescindível.

A visão mais difícil de obter é a das próximas três décadas. Nesse período de 30 anos ocorrerão as maiores modificações na estrutura etária e é nele também que se formará a consciência da importância e consequências socioeconômicas das mudanças. Algumas atividades sofrerão impacto muito rapidamente e outras demorarão um pouco mais para a percepção do que acontece.

Os projetos arquitetônicos acabarão por demonstrar esse período de maior acomodação da nova demografia. Teremos diversidade nas propostas e será preciso um denominador comum que possa equacionar as divergências aparentes.

A remodelação da sociedade acabará acontecendo pela própria pressão dos acontecimentos e no caso brasileiro alguns “acidentes de percurso” podem ser registrados em razão da maior velocidade do envelhecimento. A arquitetura será um dos referenciais mais expressivos e cruciais da vida de relação na nova sociedade envelhecida.

O retorno ao trabalho de milhões de VIPPES terá que contar com a criatividade, tecnologia, arte e competência dos profissionais que fazem o mundo mais bonito, confortável e prático.

Torquato Morelli

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