… se prepararem para o “vippesamento” da população. As cidades terão que se preparar para o envelhecimento da população logo, logo. Gestores públicos e profissionais ligados à área devem tomar providências para os VIPPES que chegam.
Vamos conhecer algumas delas:
• Incluir lições de gerontologia nas escolas
Inserir conteúdos de gerontologia no ensino fundamental das escolas públicas e privadas, esclarecendo as características do ciclo de vida e os efeitos naturais do envelhecimento ajudaria a reduzir os preconceitos e os mitos sobre a velhice. Abordando esses temas na infância, formaremos cidadãos mais conscientes sobre os direitos e deveres de todos, respeitando limites e diferenças.
• Fortalecer os conselhos municipais e estaduais do idoso
Estabelecer um programa de capacitação em gerontologia para funcionários públicos transformaria os relacionamentos entre Estado e cidadãos, melhorando inclusive a produtividade dos funcionários por tomarem consciência da necessidade de prevenção quando se deseja qualidade de vida. Ou seja, implementar, capacitar e fortalecer, com recursos humanos e
materiais, os conselhos municipais e estaduais do idoso, para que possam, em articulação com outras entidades, como o Ministério Público, exercer efetivo controle sobre as políticas públicas de interesse para o idoso.
• Criar meios para substituir os cuidadores originais
A longo prazo, há necessidade de criar equipamentos de apoio social que suportem as necessidades dos VIPPES com dependências, seja no seu cuidado diário seja na necessária atenção ao lazer, cultura e convivência social. Os cuidadores originais estão diminuindo, pois as pessoas têm menos filhos ou estão comprometidas com carreiras profissionais, o que acarreta a necessária oferta de alternativas que poderão, inclusive, reduzir custos desnecessários com atendimentos emergenciais em saúde e conflitos, resultando em garantia de justiça social . É importante não apenas regulamentar a profissão de cuidador de VIPPES, mas igualmente estimular a necessária especialização de profissionais em gerontologia.
• Investir em acessibilidade urbana
A velocidade média da marcha de um VIPPES para atravessar uma rua, é de 0,4m/s e a adotada na maioria das cidades, ao calcular o tempo do semáforo, é de 1,2m/s. (BONI, F. e ALMEIDA PRADO, A.R. in KAIROS). Por isso é necessário, para a travessia das ruas, a existência de rebaixamento da calçada associado à faixa de pedestres, para um deslocamento mais rápido e seguro. (BONI, F. e ALMEIDA PRADO, A.R. in KAIROS). Outro exemplo de adequação urbana é equipar pontos de ônibus com assentos adequados para atender a um público com diminuição da mobilidade e da força física devido ao avanço da idade. Orientação visual, tátil e sonora também são elementos importantes por causa da baixa acuidade visual e auditiva características da idade. É preciso garantir uma melhor circulação nos espaços públicos e privados, através do incremento e da melhoria dos transportes públicos, e também para garantir acessibilidade.
• Pensar arranjos habitacionais para o envelhecimento
É preciso destacar a necessidade de garantir a moradia digna para VIPPES, pensando em arranjos habitacionais que assegurem a convivência e a solidariedade, e oferecendo melhorias para as habitações precárias, especialmente em matéria de saneamento básico. Trabalhadores assalariados que necessitam sobreviver com uma aposentadoria restrita, deveriam ter escolhas para moradias mais racionais e adequadas aos seus orçamentos. Moradias assistidas para VIPPES, que não se pareçam com as antigas que ainda pululam por aí devem ser propostas para as diversas classes sociais.