O Brasil vai observando o envelhecimento populacional e terá que se aprontar para evitar um caos na logística de atendimento aos novos VIPPES. Mas muitos condomínios parecem desconhecer o fenômeno.
Cidades de grande porte no Brasil com populações acima de cem mil habitantes já são mais de 290. A maioria conta com edifícios verticais para atender às necessidades de moradia nas aglomerações urbanas. Muitos desses prédios já contam com décadas de construção.
O fato é que a maioria deles foi planejada e construída em época de expansão acelerada da população de crianças e jovens e com pequena e inexpressiva participação dos grupos etários de idade mais avançada. Agora se instala uma situação complicada (mas não insolúvel): adaptação dos edifícios à nova composição etária do País. É importante que se fixe a projeção de participação da população de VIPPES no século XXI – mais oitenta anos pela frente – crescimento contínuo, veloz, consolidado. Atingirão antes do terço final do século, 50% da população total.
Em parte dos condomínios residenciais os conselhos consultivos aliados a perspicazes síndicos tomaram a iniciativa de promoverem reformas e adaptação das áreas comuns aos moradores menos jovens. Essas medidas atendem aos aspectos de mobilidade, locomoção forçada em casos de acidentes, medidas de segurança, incêndios, inundações, escapamento de gás, assaltos e outros inconvenientes menos comuns.
Nesses edifícios que valorizam todos os moradores, a tranquilidade se instala e em muitos casos até melhora o ambiente geral de relacionamento, pois uma das preocupações maiores deixa de existir: “o que vai acontecer se tivermos uma queda, um infarto, um AVC, uma premência de deixar o edifício a qualquer hora do dia ou da noite?
É evidente que medidas preventivas e cautelares sempre beneficiarão a todos de todas as idades, mas principalmente não impedirão a locomoção daqueles que mais dificuldade apresentam ou poderão vir a apresentar.
Condomínios se adaptarem ao envelhecimento populacional irreversível neste século deveria ser obrigatório e não apenas uma questão de bom senso e urbanidade.
Lamentavelmente alguns condomínios ainda se encontram aguardando um diploma da Associação dos Condomínios Trogloditas Urbanos – ACTU. Vamos torcer para que não recebam legistas do IML.
Henrique Vique de Sá