- 03 de abril de 2019

Mercado potencial fabuloso

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Em muitos círculos profissionais e acadêmicos costuma-se comentar sobre as estratégias das “indústrias da doença”. São aquelas que criam e fabricam produtos contra a doença e não para manter a saúde.

mercado potencial fabulosoTalvez a mais importante de todas as “indústrias da doença” seja a indústria farmacêutica. É uma crítica injusta porque sem ela inúmeras doenças que matavam milhões de pessoas foram erradicadas da face da Terra. Ainda hoje os medicamentos por ela pesquisados e fabricados continuam a figurar como essenciais à manutenção da vida.

A indústria pesquisa e cria medicamentos para combater as doenças estabelecidas. É rara, entretanto, a indústria farmacêutica que realiza investimentos em produtos que impeçam a ocorrência de doenças.

De modo geral, são cientistas e pesquisadores autônomos e dedicados que conseguem através de recursos obtidos em Fundações e Institutos de Pesquisa e Ciência descobrirem substâncias e processos que brecam ou evitam o desenvolvimento de patologias primárias ou decorrentes de males já crônicos.

Quando Sabin formulou a vacina contra a poliomielite (liberada para o uso em 1955), levou ao desespero uma leva de empresas, instituições, profissionais e também indústrias farmacêuticas que viviam lucrativamente às custas da doença que matava ou paralisava parcialmente as vítimas para sempre.

O Viagra foi “descoberto” (em 1983) e até agora não há nenhum meio racional de evitar a disfunção erétil. Se não fosse a indústria farmacêutica muitos homens continuariam impotentes. A indústria farmacêutica inventa novas drogas cada vez mais poderosas para combater as mesmas doenças de sempre. Porém, a quantidade de inibidores de doenças é cada vez menor.

Além de combater as doenças estabelecidas, as novas drogas também são criadoras de novas doenças, os chamados efeitos colaterais adversos. Para esses efeitos também são “descobertas” outras drogas. Em suma, há um “efeito dominó ou efeito cascata” para o tratamento de todas as doenças primárias. Ao final, positivo ou negativo de um tratamento, pode residir a dúvida sobre a condição real de saúde do paciente depois de tantos efeitos colaterais das multidrogas utilizadas.

E se a indústria farmacêutica optasse por uma nova visão comercial e avaliasse o tamanho do mercado de VIPPES que desejarão intensamente viver muito mais tempo?

E se a indústria farmacêutica vendesse drogas que bloqueiem o aparecimento da diabete, do câncer em todas as suas “apresentações”, da depressão, da osteoporose, da artrose, da deterioração cartilaginosa nos joelhos e nas mãos, da perda da visão, da audição e das doenças limitativas do discernimento e da nutrição?

Quem não pagaria para manter a saúde?

Quem não preferiria gastar o dobro para continuar ativo?

Quem não ficaria feliz em pagar para viver sem dores e sem limitações?

Quem não faria mil sacrifícios para comprar e tomar uma injeção diária que afastasse de vez a dor de cálculos renais ou biliares?

Os noventa e oito milhões de VIPPES que estarão vivos em 2050 gostariam de estar em ótimas condições de saúde para poder aproveitar a nova idade média de esperança de vida prevista naquele ano já não tão distante (81,3 anos).

Para que isso aconteça, é necessário que os jovens de vinte anos hoje comecem a pensar que poderão passar dos oitenta anos e alcançar talvez o século XXII. Com saúde, naturalmente.

A indústria da saúde pode substituir a da doença e além do formidável aumento do faturamento, ainda trazer maior alegria e confiança no futuro. É preciso pensar com visão estratégica porque se a indústria da doença não alterar os seus objetivos, as pesquisas com células-tronco poderão tomar o lugar dos medicamentos atuais que se tornarão desnecessários porque as doenças serão evitáveis a partir do DNA.

G. Hansen Jr.

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