- 04 de abril de 2019

Laboratório VIPPES (I)

0

Um exercício estratégico estabeleceu como objetivo a criação de uma indústria farmacêutica para VIPPES e solicitou a relação dos pontos de maior significância para o sucesso do projeto.

laboratorios_vippesPara que o projeto apresente valor é preciso que não se coloquem objeções de caráter político empresarial. O que é isso?

Indústrias farmacêuticas vivem da doença. (É bom lembrar que a poliomielite foi quase erradicada do planeta porque o médico judeu de origem russo/polonesa Dr. Albert Bruce Sabin renunciou aos direitos de patente da vacina que criou, facilitando a difusão da mesma e permitindo que crianças de todo o mundo fossem imunizadas contra ela, que é mais conhecida como paralisia infantil no Brasil. Podemos lembrar ainda que em países da África e Ásia onde ainda existe a poliomielite, quem está gastando parte da fortuna para administrar gratuitamente a vacina contra ela é o magnata da informática, o Bill Gates da Microsoft. Em nenhum momento a indústria farmacêutica mundial usou sua impressionante rede de divulgação médica e de vendas para acabar com a doença nesses países mais pobres; mas continuou faturando muito com as consequências e sequelas dessa patologia diabólica)

Para a indústria farmacêutica é favorável a criação de embalagens padronizadas que sempre proporcionarão doses acima das necessidades efetivas. Para um tratamento de sete cápsulas, uma embalagem de dez cápsulas significa uma perda para o usuário de 30%. Em pomadas, cremes e gel a perda pode superar 70%.

Para a indústria farmacêutica de pesquisa é fundamental que os produtos tenham uma vida composta por várias fases: a descoberta da substância, os ensaios e avaliações “in vitro”, os ensaios e avaliações clínicas, o lançamento promocional, a fixação de receituário ou consumo, a manutenção do consumo, a manutenção do volume sem outras despesas de mercado.

Nenhuma dessas fases deve ser descartada, antecipada, cancelada ou eliminada porque haveria prejuízos em curto, médio ou longo prazo.

A indústria farmacêutica apenas produtora sem pesquisa (compra patentes ou utiliza patentes vencidas) não tem nenhum compromisso de atendimento ao longo do tempo e pode, portanto, cancelar ou trocar produtos, embalagens, formas farmacêuticas em sua linha de acordo com o movimento comercial (lucratividade). Prescritores e usuários não merecem qualquer consideração.

Depois da eliminação dessa primeira e formidável barreira limitativa das ideias, os pontos-chave para a criação de um laboratório farmacêutico específico para VIPPES são:

1)    Avaliação das necessidades efetivas dos VIPPES.

Justificativa: os VIPPES já viveram no mínimo cinquenta anos e muita coisa aconteceu com cada um deles nesses 18.250 dias no mínimo. Um VIPPES de setenta e cinco anos viveu 27.375 dias.

  • O que comeram em todos esses dias? A alimentação é fundamental para a formação de uma estrutura orgânica adequada para as exigências físicas da longevidade.
  • Onde viveram? O ambiente urbano ou rural, com e sem poluição física ou química definem condições físicas melhores ou não.
  • Que doenças, cirurgias, acidentes, ferimentos enfrentaram? Evidentemente as ocorrências com o organismo deixam marcas: ausência de órgãos, glândulas, incapacidades, cicatrizes, fraturas, próteses, “stents”.
  • Casaram, formaram família, quantos filhos tiveram. Para mulheres essa questão é de valor vital para análise anamnésica. Partos complicados, gestações anormais, eclampsia, varizes, cesarianas, podem provocar anormalidades posteriores.
  • Em que trabalham e em que trabalharam antes? Determinadas substâncias, máquinas, tipos de atividade, podem ser desgastantes, agressivas à saúde ou criadoras de incapacidades orgânicas (caso típico do amianto banido das construções civis após milhares de casos confirmados de câncer pulmonar e das vias respiratórias; a radiação de usinas nucleares, a operação com equipamentos de raios-X e Tomografia, os corantes e titânio na indústria de tintas, os hormônios na indústria farmacêutica).
  • Qual têm sido o padrão e qualidade de vida. A miséria, pobreza ou dificuldades financeiras (fome, ausência de tratamentos ou medicamentos) diminuem a resistência do organismo às agressões futuras.
  • Qual o nível permanente de estresse e esforço. Certas atividades e profissões exigem desgaste acima da capacidade normal e acabam causando problemas físicos, neurológicos e psiquiátricos alguns dos quais são permanentes.
  • Quais os medicamentos que tomou e que toma. Todos os medicamentos causam efeitos adversos de menor ou maior porte.

2)    Pretensão de vida

  • O que espera fazer? Como pretende viver. Quais os planos efetivos para os anos vindouros? As mudanças podem criar novas exigências antes dispensáveis ou eliminar outras de pouca utilidade.

Esses dois pontos-chave já mostram uma característica importante: a individualização. As respostas para as questões levantadas vão variar de VIPPES para VIPPES e esse fato vai dificultar o estabelecimento de um projeto que atenda o maior número possível de pessoas a um custo acessível.

Entretanto, o exercício tem que ser completado e será tratado no artigo II nos próximos dias.

J. Mark Torrence

Compartilhe.

Leave A Reply