- 07 de abril de 2019

Creme da juventude

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Vez por outra se divulga alguma notícia sobre novo produto ou linha cosmética para idosos. Entretanto, há notícias circulando por aí há mais de cinco anos. As mesmas notícias, entretanto!

creme_da_juventudeSe algumas notícias continuam circulando meses a fio em empresas de clipping ou assessorias de imprensa ou marketing, é porque não há notícias novas, recentes.

Em cerca de 30 notícias aleatórias pesquisadas pelo Portal VIPPES Negócios, 80% eram reproduções ou meras adaptações de notícias já transmitidas há muito tempo.

Se o novo mercado crescente e formidável dos VIPPES depender dessas notícias, então os VIPPES estarão perdidos.

É sabido que o Brasil possui o terceiro maior mercado cosmético do planeta e está perto de ultrapassar o Japão que é o segundo (de acordo com o jornal francês Le Monde de julho 2013). Em alguns segmentos desse impressionante mercado dos produtos para beleza o Brasil já é o campeão como no caso dos desodorantes bem como no de perfumes.

E como então as notícias são tão raras para o mercado dos VIPPES?

Se o consumo de cosméticos no Brasil é assim tão representativo, maior será a probabilidade de continuar crescendo com o envelhecimento populacional, porque quem se habitua à beleza vai tentar preservá-la sempre. O que poderá faltar são produtos cosméticos específicos ou mais indicados para os VIPPES (pessoal de 50 anos em diante).

A natureza biológica do pessoal mais maduro exige outras características nos cosméticos. Nada de mágica ou elucubrações fantásticas com o genoma humano.

Colágeno, por exemplo, poderia ser a chave para a correção de peles degeneradas pela idade. Mas tem que haver produtos diferenciados com colágeno para milhões de pessoas. Deste ano em diante, no mínimo a cada ano um milhão e duzentos mil novos brasileiros se tornarão VIPPES e precisarão preservar a aparência porque a maioria vai continuar ativa e produtiva.

Já que não existe ainda o creme que propicia o retorno à juventude, fórmulas adequadas poderão ser criadas com a tecnologia já existente. Desde o advento das nanopartículas (partículas de tamanho microscópico invisíveis a olho nu), para uso como condutoras de substâncias cosméticas ativas ou inativas para qualquer área do corpo humano, a beleza e boa aparência se tornaram mais comuns.

Acontece que a grande maioria dos testes de uso dessas maravilhas tecnológicas foram e são realizados com pessoas mais jovens em função do tamanho do mercado das últimas décadas. Curioso que as nanopartículas surgiram quando a transição etária já se instalava. Chegaram na hora certa para serem utilizadas na condução de substâncias mais necessárias à pele envelhecida entre outras finalidades.

O ideal é a realização de testes em longo prazo nas pessoas mais jovens visando os efeitos neste período de tempo, quando a biologia humana entra na fase de declínio. Na verdade um programa de pesquisas bem feito se torna essencial para que os novos produtos para VIPPES sejam eficazes em todos os tipos étnicos e para qualquer idade.

É essa categoria de notícias que se faz ausente.

Quais as empresas que estão realizando pesquisas sérias e consistentes para atender o novo mercado que se expande celeremente? Quais os novos produtos que já se encontram disponíveis e sob suporte de estudos e avaliações incontestáveis?

Se existem precisam aparecer. Chegou a hora!

Podemos até repetir a frase chamativa da reportagem do jornal Le Monde em relação ao País de grande porte com o mais rápido fenômeno de envelhecimento etário no planeta:

“No Brasil, não se brinca com a aparência, mesmo em época de revolta social”.

Germano Hansen Jr.

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