- 04 de abril de 2019

Ser ou não ser, eis a questão

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Os meios de comunicação inundam o mundo com informações em volume crescente. Entretanto, o resultado dessa enxurrada de “conhecimentos” é discutível e até mesmo caótico.

o_mercado_dos_aliemntosNo campo da alimentação, o que se verifica é uma confusão “que não tem pé e nem cabeça”.

Um programa de televisão ou artigo preparado especialmente para esclarecer milhares ou milhões de pessoas simultaneamente, divulga as formidáveis qualidades de uma determinada fruta, hortaliça, legume ou grão.

Até aí se poderia entender como positiva a divulgação. Melhor seria se ela fosse completa, esclarecedora de questões que passam na mente da maioria dos espectadores, como as seguintes:

– quanto se deve comer disso por dia para a obtenção do efeito anunciado?
– como deve ser preparada para não perder os benefícios?
– poderia fazer parte da dieta de pessoas com algum problema de saúde?

Vamos a um exemplo prático.

A revista é de gigantesca circulação nacional e mundial.

O artigo reproduzido na íntegra:

“Nozes: chave da longevidade.

Quem come uns 30 gramas de nozes ou castanhas por dia (ou seja, umas 25 amêndoas ou uns 50 pistaches) tem menos probabilidade de morrer num período de 30 anos do que quem não come nenhuma, segundo um estudo com 119 mil participantes publicado na revista New England Journal of Medicine.

O nível elevado de gorduras insaturadas saudáveis das nozes, castanhas e amêndoas pode baixar o colesterol e reduzir inflamações, diminuindo o risco de cardiopatia, câncer e outras doenças”.

Notícia maravilhosa, com certeza.

Saber que comer nozes ou castanhas reduz a probabilidade de morrer em 30 anos, realmente é tudo aquilo que a maioria das pessoas busca a partir dos 50 anos.

Essa informação publicada em uma revista médica e divulgada por outra de imensa confiabilidade planetária pode mudar o mundo.

Poderia, sem nenhuma dúvida.

Todos os governos e investidores deveriam reservar bilhões de euros ou dólares para o plantio, colheita e distribuição de centenas de bilhões de toneladas de nozes e castanhas para a população do planeta.

Por que ainda não há um movimento universal que torne nozes e castanhas, parte obrigatória de todos os programas alimentares em todos os países?

Como negar à humanidade a possibilidade de não morrer em 30 anos?

Por que os governos que gastam bilhões de moeda com o câncer, cardiopatias e doenças inflamatórias nos setores de saúde pública não trocam esses gastos pelo incentivo à plantação de extensas culturas de nozes e castanhas?

Onde estão as passeatas pela longevidade possibilitada pelas nozes e castanhas?

Qual a resposta para todas essas questões de importância irretorquível?

Certamente não existe uma única resposta, mas um rol de explicações:

– Ninguém da área governamental em todo o mundo lê o New England Journal of Medicine ou a revista internacional de assuntos gerais;
– Nenhum investidor ou comerciante da área agrícola leu a notícia;
– Nenhum dos pesquisadores do estudo conversou com agentes governamentais ou empresariais para informar o resultado;
– Todas as associações médicas no mundo inteiro negligenciaram a notícia porque os benefícios das nozes e castanhas consumidas em larga escala reduziriam os ganhos médicos;
– As autoridades públicas da área de segurança consideraram de extremo risco fazer das nozes e castanhas uma nova arma econômica poderosa em mãos de nações com maiores áreas de plantio;
– Não existe ainda uma logística mundial de plantio, armazenagem, controle sanitário, transporte e distribuição das nozes e castanhas.

A lista poderia ser esticada indefinidamente (mais um exagero).

Mas, afinal, qual ou quais os motivos reais que impedem a nova era do ouro vegetal de nozes e castanhas. Afinal, aumentar em 30 anos a probabilidade de não morrer vale mais que a descoberta de produto para evitar a calvície ou a disfunção erétil. Ou não?

Para os VIPPES a informação é entusiasmante, desde que não haja crises de fornecimento de nozes e castanhas. Afinal, comer 25 amêndoas ou 50 pistaches por dia não é brinquedo não!

Torquato Morelli

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