- 07 de abril de 2019

Fisioterapeutas p/VIPPES

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Não há nenhuma dúvida sobre a necessidade de milhares de novos fisioterapeutas especializados em VIPPES, já! A matemática pode auxiliar a determinar a quantidade correta. Vamos fazer algumas contas para avaliar.

fisioterapeutas_para_vippesEm 2013 teremos 39 milhões de VIPPES, sendo 29 milhões com mais de 60 anos. Podemos afirmar que metade desse pessoal precisa de fisioterapeutas. São 14 milhões de VIPPES.

Para utilizarmos uma visão otimista, imaginemos que apenas metade desses 14 milhões – sete milhões – terão dificuldades de alguma espécie (cirurgias, fraturas, doenças neurológicas, AVCs, infartos, pneumonia, acidentes, quedas, doenças como artrite, artrose, reumatismo, artropatias diversas e degeneração celular).

Estamos, portanto, reduzindo para 18% o número de VIPPES que terão necessidade de Fisioterapeutas.

Calculando que um Fisioterapeuta dedicado fará uma sessão mínima de meia hora com cada paciente, três vezes por semana (não estamos pensando em uma situação ideal, mas em uma situação possível básica mínima), teríamos a seguinte relação:

Um Fisioterapeuta trabalharia 8 horas por dia que é igual há 40 horas semanais ou 80 sessões semanais de meia-hora. Como cada paciente teria três sessões semanais, o Fisioterapeuta poderia atender 80:3= 27 pacientes por semana.

Muitos pacientes poderiam ter necessidade contínua de fisioterapia e outros contariam com esse atendimento em períodos de dois ou três meses. Para efeito da nossa conta, vamos considerar que todos teriam atendimento de três meses.

Assim, um Fisioterapeuta teria possibilidades de atender 27 pacientes durante três meses. Em um ano daria para atender 27x quatro(trimestres), ou seja= 108 pacientes.

Assim, em um cálculo muito otimista, bem abaixo do que se observa hoje, sete milhões de VIPPES com problemas de movimentos precisariam anualmente de 64.800 Fisioterapeutas (7.000.000:108) para um atendimento de 3 meses, 3 vezes por semana em sessões de meia-hora.

Não entrou nessa conta: deslocamento do Fisioterapeuta, férias ou ausências forçadas do Fisioterapeuta, necessidades maiores de tempo e de exercícios mais demorados para uma parte dos pacientes. Também não foi considerado o local de atendimento.

Assim, apenas com matemática muito otimista, chegou-se a 64.800 Fisioterapeutas, o que deve significar uma previsão de um atendimento insuficiente e com baixo nível de resultados.

Se alguém quiser um quadro um pouco melhor e que cause menor volume de queixas, a sociedade teria de contar hoje com um quadro permanente de 100 mil Fisioterapeutas. Estamos muito aquém disso.

As Nações Unidas estabelecem que um Fisioterapeuta deve atender no máximo 1.000 pessoas, portanto o Brasil precisa de 195.000 Fisioterapeutas hoje. Licenciados são 160.000, mas acredita-se que os ativos não ultrapassem 40.000. Os Fisioterapeutas (curso superior de quatro anos) também precisam trabalhar em hospitais e instituições que tratam de pacientes crônicos, incluindo pacientes de UTI. Ainda é reduzido o número de profissionais liberais com suas próprias clínicas ou serviços autônomos particulares.

Em resumo, apesar do notável aumento do número de cursos que preparam Fisioterapeutas, observa-se um grande desequilíbrio na localização dos mesmos, com forte concentração em polos mais desenvolvidos e pouca na maioria das regiões fora do Sudeste.

Germano Hansen Jr.

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