- 07 de abril de 2019

Diversidade

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Quando se pensa em residenciais ou casas de repouso para VIPPES nem sempre se visualiza o conjunto de serviços e possibilidades de negócios que a atividade proporciona para empreendedores.

diversidadeNaturalmente o tema carrega pesado fardo emocional. Casa de repouso lembra parentes e pessoas de idade mais avançada e que necessitam de atendimento impossível ou complexo para se fazer na residência.

Imaginar colocar avôs, pais ou outros parentes em locais fora do convívio familiar trazem sentimentos complexos, difíceis para resolver sem preocupações de toda ordem.

Poderá ocorrer, entretanto, que só essa solução resta e aí não adianta mais querer uma fada madrinha para deixar tudo azul com suave música de fundo.

Começa a correria para encontrar um estabelecimento que reduza os traumas psicológicos, que seja economicamente viável e que, efetivamente, seja confiável.

O problema acontece em todas as classes sociais, entretanto, a classe economicamente mais poderosa resolve mantendo os parentes de idade avançada em áreas mais isoladas de suas mansões ou enormes apartamentos e contratando equipes especializadas.

As necessidades a serem atendidas nesses casos exigem dispêndios financeiros elevados e as equipes que operam com esses “clientes” VIPPES de luxo obtêm faturamento invejável.

Para as classes B e C as necessidades se equivalem, mas as condições econômico-financeiras não permitem vôos muito altos. Já para os VIPPES das classes menos abastadas a residência familiar é ainda uma solução possível ou então a luta monumental para internação em escassas Instituições de Longa Permanência para Idosos – ILPIS.

Basta olhar uma lista básica da logística necessária para manter uma casa de repouso para VIPPES para se verificar o tremendo campo de negócios que está inchando para os empresários que desejarem investir com segurança. O cálculo é apresentado para uma casa de repouso de 20 a 30 pacientes não imobilizados.

Preparação de refeições diárias personalizadas (dietas, regimes, alergias);

– compra de alimentos (frutas, legumes, verduras, cereais, açúcar
– alimentos parenterais
– louças, talheres, panelas
– fogão, micro-ondas, geladeira, freezer
– compra de materiais de higienização e limpeza para cozinha
– liquidificadores, máquinas de lavar louça, processadores, etc.

Pessoal necessário para o setor alimentos (para café da manhã, almoço, café da tarde e jantar)

– uma cozinheira
– dois auxiliares de cozinha
– uma faxineira
– uma nutricionista
Roupa de cama, banho e mesa;

– camas, colchões especiais, toalhas, sabonetes, xampus, chinelos, touca
– cobertores, lençóis, travesseiros
– pijamas, fraldas, camisolões, roupas absorventes
– máquina de lavar e secar roupa
– auxiliar para passar roupas
Material de cuidados médicos/enfermagem/higiene

– sondas, curativos, injeções, algodão
– medicamentos sem exigência de receituário
– medicamentos oficinais
– sabonetes, desodorantes, absorventes, xampus
– aparelhos de medir pressão, termômetros, desfibrilador
Móveis e utensílios

– mesas, cadeiras, armários, sofás, poltronas
– aquecedores, ventiladores, aparelhos de televisão
Material administrativo

– computador, impressora
– arquivos, mesa, cadeira
– telefone
– auxiliar de escritório
Segurança dos VIPPES

– rede de câmeras para controle visual de ocorrências

Pessoal básico necessário – períodos completos com turnos

– enfermeira
– auxiliar de enfermagem
– arrumadeira
– faxineira
– atendente especializado

Pessoal para visitação semanal ou em emergências

– médico
– psicóloga
– fisioterapeuta
– fonoaudióloga
– barbeiro/cabeleireiro
– manicure

Diversos com frequência aleatória

– Taxi ou ambulância para remoções
– Chamada de laboratório para coleta de análises clínicas
– Atendimento de visitantes e parentes em horários definidos e emergenciais

A logística para atender uma casa de repouso deve ser multiplicada por milhares.

Atualmente o Brasil possui cerca de três mil casas de repouso ou residenciais para VIPPES. Funcionam seguindo os padrões mínimos exigidos pela legislação sanitária.

Admite-se que existam cerca de mil estabelecimentos irregulares operando principalmente em setores populares da população. Atuam fora dos padrões básicos e poderiam ser

fechados a qualquer momento.

É possível fazer um cálculo simplificado:

10 a 20

VIPPES

Total de

VIPPES

21 a 50

VIPPES

Total de

VIPPES

Mais de 50

VIPPES

Total de

VIPPES

legais

1.700

34.000

1.000

50.000

   300

30.000

ilegais

1.000

20.000

     –

     –

O total é de 134.000 VIPPES no máximo porque adotamos a faixa superior das possibilidades de hospedagem.

Como o total de VIPPES que necessita de cuidados que dificilmente podem ser ministrados no ambiente familiar chega a dois milhões, a falta de instituições envolve mais de 1,8 milhões de potenciais hóspedes.

Se considerarmos estabelecimentos com 30 VIPPES, faltam hoje 60 mil instituições. Mercadologicamente se poderia estabelecer como possibilidade prática a instalação de 20% do potencial. Seriam 12 mil residenciais com a estrutura comentada acima.

É realmente um mercado extraordinário. Sem levar em conta o crescimento mensal significativo: 10% de 120 mil VIPPES com 20% de possibilidade efetiva de hospedagem, ou seja, 2.400 VIPPES ou 80 estabelecimentos de 30 hóspedes.

Torquato Morelli

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