- 07 de abril de 2019

Asilos e casas de repouso

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Residenciais para a terceira idade. Casas de repouso para a melhor idade. Centros de convivência para idosos. O marketing tenta abolir o termo asilo. Mas desapareceram os asilos? Onde devem morar os VIPPES?

Quando se utiliza o formidável instrumento de consulta Google na Internet, encontramos os seguintes resultados para os termos:

Casas de repouso

517.000

Centro de convivência p/idosos

608.000

Residencial para idosos

1.570.000

Asilos

2.330.000

De uma forma ou de outra, esses estabelecimentos se tornaram imprescindíveis para a melhoria da qualidade de vida das pessoas que não podem ou não conseguem viver com autonomia. O aspecto social da decisão de viver em estabelecimentos especializados no cuidado e tratamento dos VIPPES envolve uma dose poderosa de sentimentalismo, medo da crítica, problemas de consciência, valores éticos e milhares de justificativas justas ou não.asilos e casas de repousoIndependentemente dos aspectos sociais e familiares, há situações práticas que condicionam a tomada de decisões. Pessoas sem família, doentes crônicos, doentes terminais, ausência de condições de saúde ou mentais de familiares, dificuldades econômico-financeiras e pressões diversas tornam inevitável a solução externa.

A questão que se levanta é, entretanto, de uma amplitude exponencial: por melhor que sejam, os estabelecimentos para VIPPES realmente podem atender de forma completa as necessidades da classe? Quando se trata de hotéis e restaurantes, o critério amplamente conhecido e utilizado é a classificação por padrão de condições e atendimento disponibilizados: cinco estrelas, selo dourado, etc. Classificação específica para estabelecimentos residenciais para VIPPES poderiam também fazer parte da aprovação de funcionamento. Isso auxiliaria os decisores no encontro das melhores opções residenciais para seus familiares dentro de seus orçamentos.

Mesmo com mudanças na legislação que trata do assunto, haveria certeza na sociedade em relação à qualidade efetiva no cuidado dos VIPPES? O problema é complexo e necessita de alternativas criativas e fora dos padrões até agora aceitos como normais e possíveis. VIPPES apresentam uma gama de possibilidades de vida em sociedade e teriam que ser identificados adequadamente. VIPPES que podem andar e que são capazes de realizar muitas ações com autonomia formam um grupo diferente daqueles que dependem totalmente de auxílio para as mais simples tarefas. Um estabelecimento para cuidar do primeiro grupo é, estruturalmente, diferente daquele que recebe o segundo grupo.

É preciso criar uma classificação de capacidade físico-social dos VIPPES para então organizar e instalar estabelecimentos adequados para os grupos bem identificados.

Os profissionais que operarem esses diferentes grupos serão preparados com a qualificação necessária e específica para as necessidades intrínsecas de cada um deles.

Não é recomendável que cuidadores de VIPPES com Alzheimer possam tomar conta de VIPPES mentalmente sadios e vice-versa. O mesmo acontece com VIPPES que precisam de muitos medicamentos e outros que são saudáveis.

E será que não vale a pena pensar em algo mais eficaz ainda?  Que tal a criação de “cidades VIPPES”? Ou “Vilas VIPPES”? Será o tema de próximo artigo.

Germano Hansen Jr.

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