- 07 de abril de 2019

VIPPES não são velhos!

0

Serviços profissionais para pessoas de 50 anos em diante estão crescendo diariamente, mas não estão sendo divulgados de forma motivacional adequada para essa população.

vippes_nao_sao_velhosA maioria das pesquisas de perfil divulgadas é do século passado e parte daquelas que foram realizadas nos últimos dez anos ainda trazem denominações identificadoras contrárias à opinião dos envolvidos. Um dos principais e essenciais serviços profissionais criados pelo envelhecimento populacional é o “cuidador de idoso”.

Aí começa a se manifestar a aversão dos eventuais “clientes” para esse tipo de profissional. A recusa não é para a função do cuidador, mas para a denominação.
Idoso não é bem recebido pelas pessoas de cinquenta anos em diante que são ativas, produtivas ou que manifestam intensa vontade de viver.

Os VIPPES (Vanguarda Inteligente, Poderosa, Participativa, Exemplar e Solidária) detestam todos os adjetivos e substantivos que os identificam como Idosos, Velhos, pessoal de Terceira Idade, de Melhor Idade ou ainda de Aposentados. (Tudo isso sem falar de outros rótulos ainda mais constrangedores como Caducos, Pés na Cova, Museu, Validade Vencida, e outros tantos).

Vamos analisar, por exemplo, o termo Aposentado.

Até em documentos oficiais ainda aparecem referências em cadastros com classificação de pessoas como Aposentadas. Ora, aposentado é uma circunstância administrativa. É variável por sexo, por idade, por categoria funcional, por aspectos especiais e nunca poderia ser um indicador de qualificação pessoal de ninguém. Há centenas de milhares de “aposentados” por “n” motivos que continuam trabalhando formal ou informalmente e parte deles exerce atividade ainda mais qualificada que antes (proprietários de novos empreendimentos, consultores especializados, pesquisadores acadêmicos, escritores, etc…).

Não é aceitável que se utilize a palavra “Aposentado” para identificar uma pessoa com mais de cinquenta anos porque a palavra pode valer para indivíduos de menos de cinquenta anos.

E não é também aceitável para pessoas de mais de cinquenta anos porque não é genérica já que parte considerável dos aposentados continua em atividade e, daqui para frente, esse contingente vai aumentar substancialmente.

Velho é outro termo que indica uma pessoa que está além da vida útil, que está fora da faixa entendida como ativa e com condições de continuar lutando pela vida.

É uma tremenda inverdade. A sociedade está – e vai ficar –  muito dependente da atividade e produtividade dos VIPPES para conseguir evoluir e providenciar uma qualidade de vida razoável para todos. Atividade e produtividade dos VIPPES e não dos velhos porque estes já não demonstram vontade de viver, pois a sociedade os coloca à margem do futuro. Ninguém mais vai querer ser velho nos próximos anos.

Terceira Idade e Melhor Idade são invenções alternativas detestadas pela quase totalidade dos VIPPES. Essas expressões são ainda aceitas pelos velhos e aposentados que entre os substantivos e adjetivos mais usuais as consideram como menos ofensivas e constrangedoras. Menos ofensivas e menos constrangedoras, mas nunca indicativas da realidade do que se passa na cabeça, coração e alma dos VIPPES. Não existe a primeira idade e tampouco a segunda idade. Inventou-se uma terceira idade para substituir vocábulos habituais de conotação pejorativa (idoso, velho, aposentado, caduco, etc.).

A mesma situação ocorre com a “Melhor Idade”. Aí é pior ainda porque a melhor idade é aquela que estamos vivendo. Quando crianças ela nos deixa saudades. Tanto quanto a nossa juventude. E continuará sendo a melhor idade em todos os momentos em que vivermos situações de alegria, de realização, de orgulho, de paixão, de libertação e de tudo aquilo que significa a vida em toda a sua intensidade. A melhor idade é sempre.

Pessoas de cinquenta anos em diante são VIPPES. Ser VIPPES é continuar lutando pela vida com inteligência, com poder, com participação, como exemplo e com solidariedade. Ser VIPPES é ser consciente de participar da vanguarda que modifica e consolida a nova sociedade a partir de agora.

João Paulo H.H.

Compartilhe.

Leave A Reply